Blinken e Zelensky debateram assistência na defesa, segurança e a nível financeiro
O Presidente da Ucrânia debateu com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, assuntos relacionados com a assistência em matéria de defesa, apoio financeiro e garantias de segurança ao país após a invasão pela Rússia.
Estas foram as questões centrais no encontro que Volodimir Zelensky manteve no domingo, em Kiev, com Blinken e com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, segundo um comunicado divulgado hoje pelo gabinete de imprensa do presidente ucraniano.
Zelensky entregou aos EUA um plano de ação para fortalecer as sanções contra a Federação Russa elaborado pelo grupo internacional de especialistas Yermak-McFaul, que foi criado por iniciativa do próprio Presidente ucraniano.
Em particular, este plano propõe uma extensão das sanções contra a Rússia, de forma a incluir o petróleo e gás, transporte, novas proibições na área financeira e mais restrições à atividade das empresas estatais russas.
Aponta também o reconhecimento da Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo.
"Agradecemos a assistência sem precedentes dos Estados Unidos à Ucrânia. Gostaria de agradecer ao Presidente [Joe] Biden, pessoalmente e em nome de todo o povo ucraniano, pela sua liderança no apoio à Ucrânia, pela sua clara posição pessoal", disse Zelensky na nota divulgada.
O Presidente ucraniano também agradeceu ao "povo americano, bem como ao Congresso [dos EUA], pelo seu apoio bicameral e bipartidário. Nós vemos isso. Nós sentimos isso", enfatizou.
O Chefe de Estado observou que o apoio de 3.400 mil milhões de dólares (3.162 milhões de euros) já dado pelos Estados Unidos é a maior contribuição para o fortalecimento das capacidades de defesa da Ucrânia.
Segundo o Presidente, "essa assistência já ajudou a elevar as capacidades de defesa da Ucrânia a um nível qualitativamente novo, o que é extremamente importante para as tropas ucranianas que defendem a pátria nas linhas de frente".
O comunicado explica que o encontro deu atenção especial à política de sanções, que deve ser ainda mais fortalecida e tornar-se um importante elemento de influência sobre o agressor.
"Sabemos quais devem ser os próximos passos nesse caminho. E contamos com o apoio dos nossos parceiros", acrescenta Zelensky.
Quanto às formas de aumentar o apoio financeiro à Ucrânia, tanto para promover a economia, como para reconstruir o país, o Presidente da Ucrânia apontou a necessidade de aumentar as oportunidades para que os produtos ucranianos cheguem ao mercado dos EUA.
As partes também discutiram o processo de paz e as perspetivas de fortalecimento da coligação contra a guerra, com a Ucrânia a encarar os Estados Unidos como o líder dos futuros garantes da segurança do país.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais perto de 5,2 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).