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Vitória de Macron é "um suspiro de alívio" para a Europa

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O especialista em questões europeias Paulo de Almeida Sande considera a vitória de Emmanuel Macron, hoje nas eleições presidenciais francesas, "um suspiro de alívio" em quase todos os centros de governo da União Europeia e da Europa democrática.

Em declarações à Lusa, o especialista afirmou que, por outro lado, se Marine le Pen, a candidata de extrema-direita, tivesse "ganho as eleições, seria o fim da União Europeia", porque "ela tinha e tem um programa que aponta para isso".

Os desafios da atualidade põem em causa aquilo que a Europa ainda é, "um oásis", e a França é muito importante, daí que a vitória de Macron seja "um suspiro de alivio", também para os Estados Unidos, considera este especialista.

"Havia uma grande expectativa" e até "receio a nível europeu", recordou, salientando ainda o facto de Macron ter ganho com um pouco mais do que era a média indicada pelas sondagens.

Isso representa, na sua opinião, "um bom resultado, qualquer que seja o resultado final" o que é também muito importante face à batalha que se antevê para as eleições legislativas de junho.

O também antigo director do Gabinete do Parlamento Europeu (PE) em Portugal, de 2004 a 2012, referiu que a determinada altura a expectativa era "de tal maneira temerosa", que o facto de Macron ter ganho com um pouco mais de diferença até do que era esperado "é importante, porque lhe dá essa força".

O Presidente reeleito deve ter agora especial atenção às questões sociais, sublinha o especialista português em questões europeias, porque há muita gente no país que se sente "excluída desta Europa e desta França".

O centrista Emmanuel Macron foi hoje reeleito Presidente de França, obtendo entre 57,6% e 58,20% dos votos na segunda volta das eleições, contra 41,80% e 43% de Marine le Pen, a candidata de extrema-direita, segundo as primeiras projeções.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,10% dos votos, contra 33,90% de Marine le Pen, ou seja com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de hoje.