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Macron ganhou "num oceano de abstenção"

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O líder da esquerda radical francesa, Jean-Luc Mélenchon, disse hoje que Emmanuel Macron ganhou as eleições presidenciais "nadando num oceano de abstenção" e apelou aos apoiantes do seu partido para começarem a mobilizar-se para as próximas legislativas.

"Macron é o presidente escolhido pior na Quinta República. Ele nada num oceano de abstenção, votos brancos e nulos", reagiu Mélenchon minutos depois de saber as primeiras projeções, que dão ao candidato centrista cerca de 58% dos votos.

O esquerdista parabenizou os franceses pela derrota da extrema-direita de Marine Le Pen, o que disse ser "uma boa notícia para a unidade do país".

Mélenchon pediu aos franceses que participem em massa, "com coragem e determinação", nas eleições para a Assembleia Nacional em junho, nas quais pretende liderar uma coligação de partidos de esquerda e ambientalistas.

"A terceira volta começa hoje à noite. Você pode derrotar Macron e escolher outro caminho se der a maioria de deputados à União Popular (partido de Mélenchon), que deve ser ampliada", acrescentou.

Na primeira volta, realizada a 10 de abril, Macron, o Presidente cessante, foi o mais votado dos 12 candidatos na corrida, obtendo 27,85% dos votos, seguido de Le Pen, com 23,15%, segundo os resultados oficiais.

Durante a campanha, Macron e Le Pen dramatizaram o discurso e lançaram todos os esforços possíveis para conquistar, sobretudo, os votos dos apoiantes de Jean-Luc Mélenchon (esquerda radical), que na primeira volta das eleições foi o terceiro mais votado (22%), e mobilizar os abstencionistas.

O centrista Emmanuel Macron foi hoje reeleito Presidente de França, obtendo entre 57,6% e 58,20% dos votos na segunda volta das eleições, contra 41,80% e 43% de Marine le Pen, a candidata de extrema-direita, segundo as primeiras projeções.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,10% dos votos, contra 33,90% de Marine le Pen, ou seja com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de hoje.