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Luís Montenegro diz que o Chega é "uma linha vermelha" que não está no ADN do PSD

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Luís Montenegro recusou-se hoje a fazer do Chega um tema da campanha eleitoral pela liderança do PSD, afirmando que não precisa de negociar "nada" com esse partido, que considera "uma linha vermelha" que o "ADN" dos sociais-democratas não ultrapassará.

As declarações do candidato à presidência nacional dos sociais-democratas foram preferidas no final do discurso que fez esta tarde no centro de congressos Europarque, em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro. Constaram da apresentação da sua estratégia aos militantes e, até 28 de maio, deverão ser as únicas sobre o tema, já que, nessa parte da intervenção, Montenegro deixou logo o aviso: "Vou dizer hoje uma coisa que não voltarei a repetir mais nesta campanha eleitoral".

Seguiu-se então o esclarecimento, com referência ao composto molecular que define a genética única de cada indivíduo: "Recuso-me a fazer uma campanha em que o tema principal seja o Chega. É óbvio que nós, no PSD, temos uma linha vermelha que nunca ultrapassamos, que é a dos nossos valores e dos nossos princípios. Qual é a dificuldade em perceber isto? Isto já faz parte do nosso ADN!".

Para que ficasse bem explícito, Montenegro acrescentou ainda: "Não estou a pensar negociar nada com o Chega nem precisamos de negociar nada com o Chega".

O candidato admitiu, contudo, que há uma perspetiva em que a sua estratégia choca com a desse partido: "Acredito, sobre os 400.000 portugueses que saíram de cá [do PSD] e foram para lá [no Chega], que temos a capacidade de os ir buscar e trazer de volta". O Chega obteve 399 mil votos nas legislativas de janeiro.

Defendendo que transformar o referido partido no tema principal da campanha eleitoral social-democrata constitui "um erro grosseiro" e é "um frete ao PS", Montenegro diz que mais importante é debater temas que permitam "fazer do PSD um novo PPD".

"Quero que o PSD olhe para aquilo que foi a sua fundação, para aquilo que foi a procura, terra por terra, dos melhores. Recrutá-los, pedir-lhes ajuda, contar com eles. Não têm que ser todos militantes -- quero um partido aberto. Mas quero fazer aquilo que foi feito nos anos 70 -- ir de terra em terra à procura dos melhores", concluiu.