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CGTP defende convergência entre as duas centrais sindicais em prol dos trabalhadores

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O secretário-geral da corrente sindical socialista (CSS) da CGTP, Fernando Gomes, defendeu hoje no congresso da UGT que está na altura de se ultrapassar as diferenças entre as duas centrais sindicais e promover a convergência em prol dos trabalhadores.

"Está mais que na hora de ultrapassar as grandes clivagens dos anos 70, através de convergências sindicais entre as duas centrais sindicais que sirvam a classe trabalhadora, as suas famílias e o povo em geral", disse o sindicalista na sessão de abertura do 14.º congresso da UGT que decorre em Santarém.

Fernando Gomes, que integra a comissão executiva da Intersindical, salientou que entre vários sindicatos das duas confederações já existem alguns exemplos dessa convergência, "com a negociação colectiva a ser feita em conjunto, com resultados muito positivos para os trabalhadores".

"Une-nos a defesa de um sindicalismo plural e democrático que possibilitem a existência de convergências sindicais e políticas. Desde os locais de trabalho até às direcções dos sindicatos e confederações, sempre em prol da classe trabalhadora", defendeu.

Segundo Fernando Gomes, os sindicalistas socialistas da CGTP também têm defendido, no âmbito da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), "a construção de convergências sindicais que nos permitam avançar na discussão e definição de políticas públicas que beneficiem quem trabalha. Falo de áreas que até no passado já mereceram acordos unânimes, nomeadamente sobre a formação profissional, segurança e saúde no trabalho, onde destaco as questões do combate ao flagelo das doenças profissionais e acidentes de trabalho".

O sindicalista socialista considerou que os desafios que hoje se colocam ao movimento sindical nos locais de trabalho e na sociedade, desde os baixos salários à precariedade, obrigam "a estudar e a implementar novas estratégias sindicais".

"A invasão da Ucrânia pela Rússia, que de forma clara e inequívoca condenamos, traz-nos também novos desafios que afectam a vida dos trabalhadores e trabalhadoras", disse.

Esta é a primeira vez que um lider dos socialistas da CGTP é convidado a intervir no congresso da UGT.

Fernando Gomes considerou que este convite "é a expressão dos valores da liberdade, do funcionamento democrático da UGT, cuja visão abrangente tem em conta as múltiplas origens político-ideológicas dos trabalhadores".

A UGT é composta pela tendência sindical socialista e a tendência social democrata, que estão formalmente constituídas e dividem os órgãos diretivos entre si.

A CGTP é de maioria comunista, mas só a corrente socialista está organizada.