Número de refugiados continua a aumentar e ultrapassa 5,16 milhões
O número de ucranianos obrigados a abandonar o seu país devido à invasão pelas tropas russas já superou os 5,16 milhões, anunciou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Segundo a organização, desde o primeiro dia da ofensiva militar, a 24 de fevereiro, e até hoje já deixaram o seu país 5.163.686 ucranianos.
São mais 29.939 pessoas do que a contagem divulgada na sexta-feira, o que mostra que, apesar de o número de refugiados continuar a aumentar, a taxa diária é bastante menor agora do que no início da guerra.
Em abril saíram até agora aproximadamente 1,12 milhões de ucranianos, enquanto em março 3,4 milhões deixaram país.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), também ligada às Nações Unidas, indicou que mais de 218.000 não ucranianos, principalmente estudantes e trabalhadores migrantes, também deixaram a Ucrânia para países vizinhos, o que significa que mais de 5,25 milhões de pessoas no total fugiram do país desde o início da guerra.
Cerca de 90% dos que fugiram são mulheres e crianças, o que é explicado pelo facto de as autoridades ucranianas não permitirem a saída de homens em idade militar.
Este é o maior afluxo de refugiados desde a II Guerra Mundial, aos quais se juntam os deslocados internos, que somam mais de 7,7 milhões de pessoas, segundo a OIM.
A Polónia continua a ser o país que mais ucranianos recebe, sendo o destino de seis em cada dez refugiados e registando já a entrada de quase 2,89 milhões de pessoas, sendo que parte delas seguem depois para outros países europeus e alguns regressam à Ucrânia.
Mais de 800.000 pessoas atravessaram a fronteira polaca com destino à Ucrânia, sobretudo homens ucranianos que se juntam ao exército mas também alguns residentes que regressam a casa, segundo os guardas fronteiriços polacos.
O segundo país que recebeu, até hoje, mais refugiados é a Roménia, para onde fugiram 774.074 ucranianos, enquanto para a Rússia saíram cerca de 578 mil, a Hungria acolhe 485 mil, a Moldova 431 mil e a Eslováquia 352 mil.
Antes do conflito, a Ucrânia era povoada por mais de 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev -- entre os quais não se incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas a leste sob controlo dos separatistas pró-russos há oito anos.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.