Boris Johnson confirma que soldados ucranianos estão a ser treinados no Reino Unido
Soldados ucranianos estão a ser treinados no Reino Unido para operar veículos blindados que Londres vai fornecer à Ucrânia para combater a invasão russa, revelou hoje o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
"Posso dizer que estamos atualmente a treinar ucranianos na Polónia para usar defesas antiaéreas e neste país (no Reino Unido) para usar veículos blindados", revelou, numa conferência de imprensa em Nova Deli, após um encontro com o homólogo indiano, Narendra Modi.
De acordo com o porta-voz do líder conservador, citado na noite de quinta-feira por meios de comunicação britânicos, "duas dúzias" de soldados ucranianos estão atualmente no Reino Unido em formação.
"Estamos a atuar em conjunto com os nossos aliados para fornecer novos tipos de equipamentos para os quais os ucranianos podem não ter experiência, por isso é razoável que recebam o treino necessário para poder fazer o melhor uso deles", explicou.
Minimizando as preocupações de que a medida possa ser vista pelo poder russo como um maior envolvimento no conflito, o porta-voz disse que se "está simplesmente a trabalhar em conjunto com os aliados para dar à Ucrânia as ferramentas para se defender".
Durante uma visita a Kiev em 09 de abril, onde se encontrou com o presidente, Volodymyr Zelensky, Boris Johnson prometeu fornecer à Ucrânia 120 veículos blindados e novos sistemas de mísseis antinavio como parte da ajuda militar britânica, que inclui mais de 10.000 mísseis antitanque.
O jornal The Times já tinha noticiado que forças especiais britânicas treinaram este mês tropas locais em Kiev, na Ucrânia, para usarem mísseis antitanque NLAW - Next generation Light Anti-tank Weapon, fornecidos pelo Reino Unido.
Esta é a primeira vez, desde o início da guerra, que é confirmada a presença ativa de soldados britânicos em solo ucraniano, já que até agora os treinos eram assegurados por ex-militares ou voluntários.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).