Ataques russos travam retirada de civis em Mariupol e Kherson
A retirada de civis está a decorrer "muito lentamente" em Mariupol e não foi possível abrir três corredores humanitários na região de Kherson devido a bombardeamentos russos, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereschuk.
"Não há nada a relatar em Mariupol. Tudo está a avançar muito lentamente. Do lado russo, tudo é muito complicado, caótico, lento e, claro, desonesto", lamentou, numa publicação na rede social Facebook.
Ainda assim, Irina Vereschuk sublinhou o facto de que, "pela primeira vez, as pessoas terem conseguido ir diretamente de Mariupol para Zaporiyia [em quatro autocarros], dá esperança".
A governante pediu desculpa aos residentes de Mariupol que esperaram para serem retirados na quinta-feira. "Os bombardeamentos começaram perto do ponto de recolha, o que obrigou ao encerramento do corredor humanitário", explicou.
Na região de Kherson, três corredores humanitários permaneceram fechados: "os ocupantes não cessaram fogo, pelo que os corredores não puderam ser abertos", disse Vereschuk na declaração.
Por outro lado, denunciou que um "senhor da guerra" tinha feito refém um representante de Novovorontsovska, nomeado chefe dos transportes públicos a nível estatal, quando este negociava quando este negociava com o exército russo a organização de corredores humanitários.
"Este foi um erro pelo qual o acusado, especificamente, será considerado responsável, mas também aqueles que permitem a captura dos nossos civis para trocar os russos por prisioneiros de guerra", garantiu a vice-primeira-ministra.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).