Antiviral da Pfizer "fortemente recomendado" para pessoas em risco de hospitalização
O medicamento antiviral da farmacêutica Pfizer é "fortemente recomendado" para pessoas com maior risco de internamento hospitalar por covid-19, consideram os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) numa orientação hoje divulgada.
"O fármaco antiviral oral da Pfizer - uma combinação de comprimidos do nirmatrelvir e do ritonavir - é fortemente recomendado para pacientes com covid-19 não grave que estão em maior risco de hospitalização", como não vacinados, idosos e pessoas com imunossupressão, adiantam os especialistas da OMS na publicação científica de medicina BMJ.
Os peritos da OMS explicam que o fármaco pode ser mais eficaz a prevenir hospitalizações do que outros medicamentos alternativos e, por ser tomado por via oral, é mais "fácil de administrar" do que outras opções intravenosas e tratamento de anticorpos.
No entanto, não recomendam a sua utilização em doentes com menor risco, uma vez que "os benefícios são triviais", e também não aconselham a sua utilização em doentes graves ou críticos com covid-19, uma vez que não existem atualmente dados suficientes para este grupo específico.
A recomendação do uso do antiviral da Pfizer em pessoas com risco de hospitalização baseia-se em novos dados de dois estudos envolvendo 3.100 doentes, que demonstraram que o medicamento reduziu 84 internamentos em cada mil pacientes.
Em 27 de janeiro, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) recomendou o medicamento da Pfizer, comercializado com o nome de Paxlovid, que se tornou então o primeiro antivírico de toma oral para tratar a covid-19 nos países da União Europeia.
Segundo a agência europeia, este medicamento da farmacêutica Pfizer está recomendado, nesta fase, para adultos que não precisam de oxigénio suplementar e que correm maior risco de desenvolver uma forma grave de covid-19.
O painel de peritos da OMS considerou ainda que os medicamentos antivirais devem ser administrados o mais cedo possível no decurso da doença e reconheceu que algumas implicações de custos e recursos podem tornar "desafiantes" o seu acesso nos países de baixo e médio rendimento.
As recomendações hoje publicadas fazem parte de uma orientação desenvolvida pela OMS com o apoio metodológico da Magic Evidence Ecosystem Foundation, para fornecer orientações sobre a gestão da covid-19 e ajudar os médicos a tomar melhores decisões sobre o tratamento da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.