A Guerra Mundo

Apenas quatro autocarros com civis terão deixado Mariupol

Foto EPA/SERGEI ILNITSKY
Foto EPA/SERGEI ILNITSKY

Somente quatro autocarros com civis conseguiram sair de Mariupol após várias tentativas frustradas, revelaram hoje as autoridades ucranianas, enquanto milhares de pessoas continuam presas sob ataque russo contra as últimas bolsas de resistência ucraniana nesta cidade portuária.

Segundo a vice-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, hoje será feita uma nova tentativa de retirada de civis de Mariupol.

Os últimos combatentes ucranianos que ainda resistem, entrincheirados na fábrica Azovstal, recusam render-se, pedindo à comunidade internacional "garantias de segurança" para se retirarem.

Várias centenas de civis, sem comida nem água, estão entrincheirados na siderúrgica Azovstal com o 36.º batalhão do exército ucraniano e o batalhão Azov, as duas últimas unidades de combate em Mariupol, segundo as autoridades ucranianas.

O presidente russo, Vladimir Putin, cancelou hoje a ordem de assalto ao complexo industrial Azovstal, mas mantém o bloqueio à zona.

"Considero inapropriado o assalto proposto à zona industrial. Ordeno o cancelamento", disse o chefe de Estado dirigindo-se ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, durante uma reunião governamental transmitida pela televisão pública russa Rossia 24. 

Um assessor da presidência ucraniana propôs na noite de quarta-feira a realização de "uma sessão especial de negociações" para "salvar" combatentes e civis.

Moscovo, que emitiu vários ultimatos aos últimos combatentes ucranianos, está determinada em tomar este porto, que lhe permitiria ligar totalmente a Crimeia, que anexou em 2014, e as repúblicas separatistas pró-russas de Donbass.