Putin cancela assalto à resistência em Mariupol mas mantém bloqueio
O presidente russo, Vladimir Putin, cancelou hoje a ordem de assalto ao complexo industrial Azovstal, reduto da defesa ucraniana em Mariupol, mas mantém o bloqueio à zona.
"Considero inapropriado o assalto proposto à zona industrial. Ordeno o cancelamento", disse o chefe de Estado dirigindo-se ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, durante uma reunião governamental transmitida pela televisão pública russa Rossia 24.
Calcula-se que se encontram cerca de dois mil ucranianos, entre civis e elementos do Batalhão Azov na área industrial Azovstal na cidade de Mariupol assediada pelos invasores russos desde o princípio da campanha militar da Ucrânia.
Na mesma transmissão, o presidente russo afirmou que as forças de Moscovo alcançaram como "êxito" o controlo da cidade portuária ucraniana.
"O trabalho final de libertar Mariupol é um sucesso", disse ainda Vladimir Putin ao ministro da Defesa, depois de comunicar a Serguei Shoigu que um ataque contra o complexo fabril Azovstal "não é apropriado" e que era necessário sitiar "a área de tal forma para que nem uma 'mosca possa passar".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).