Putin substituiu comandante de divisão russa acusada de crimes de guerra
O Presidente russo, Vladimir Putin, substituiu o comandante da 76.ª Divisão de Assalto Aerotransportado, que lutou durante a "operação militar especial" no norte de Kiev, onde segundo as autoridades ucranianas foram cometidas inúmeras atrocidades contra a população civil.
Segundo noticiaram os meios de comunicação oficiais da Rússia, Putin destituiu o general Sergei Chubarikin, nomeando para o seu lugar o coronel Denís Shimov, que até agora comandava a 11.ª Brigada Aerotransportada, baseada na região siberiana de Buriácia.
Denís Shimov já recebeu a condecoração como Herói da Rússia durante a atual campanha militar na Ucrânia, pelo seu papel na conquista da região de Kherson, que faz fronteira com a península da Crimeia, anexada em 2014 pelos russos.
Segundo as mesmas fontes oficiais, o coronel foi ferido na cabeça durante a defesa da margem do rio Dnieper, mas continua a comandar a sua brigada, que repeliu com sucesso sete ataques ucranianos, até à chegada de reforços.
As autoridades ucranianas acreditam que regimentos da 76.ª Divisão de Assalto Aerotransportado, baseados na região noroeste de Pskov, participaram nos combates nas cidades de Bucha, Hostomel e Irpin, nos quais várias valas comuns foram descobertas e vários corpos de civis foram encontrados, alguns com as mãos amarradas às costas, alegadamente executados pelas forças russas, que deixaram esta região no final de março.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer "crimes de guerra", acusações repetidas por líderes ocidentais, alguns dos quais visitaram pessoalmente os locais onde terão acontecido estes crimes.
Há dois dias, Putin condecorou, pelo seu heroísmo, a 64.ª brigada de fuzileiros, baseada na região de Jabarovsk, no extremo oriente da Rússia, também acusada de estar envolvida no massacre de Bucha.
Para o chefe de Estado russo o massacre de Bucha é "falso" e fez alusão, naquele momento, à destruição causada por aviões dos EUA em cidades sírias como Al Raqqa.
A invasão russa, que começou a 24 de fevereiro, concentra-se agora na região de Donbass, desde segunda-feira.