O que é que o PCP personifica?
Comunistas faltam a sessão com Zelensky para se pronunciarem sobre a Rússia de Putin, que tanto mata sem pudor na Ucrânia, como financia extremismos de direita por toda a Europa?
Sem surpresa, o PCP anunciou que não irá participar na sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia de amanhã na Assembleia da República, por considerar que Volodymyr Zelensky "personifica um poder xenófobo e belicista".
Leu bem. A narrativa delirante dos comunistas portugueses chegou a este extremo, fruto de muitos anos de negação e outros de tantos de desfasamento.
A 'visionária' líder parlamentar comunista, Paula Santos, chegou a classificar a sessão no parlamento português de "acto de instrumentalização de um órgão de soberania, orientado não para contribuir para um caminho de diálogo que promova o cessar-fogo", antes destinado a "animar a escalada da guerra e da confrontação" político-económica e militar, que "comporta riscos imensos para o mundo". Mas qual escalada se a catástrofe humanitária na Ucrânia já bateu no tecto? E será que sobra algo para destruir em Mariupol? Há ainda alguém para o invasor matar sem escrúpulos em Bucha?
Ou faltou a luz na Soeiro Pereira Gomes ou as televisões da sede estão sintonizadas na ficção. O PCP lida mal com a democracia e com a soberania. Por isso, colherá o que hoje semeou. Ou seja, caberá aos portugueses definir o que é que o PCP realmente personifica.
Entretanto, não será demais pedir ao PCP que se pronuncie sobre a Rússia de Putin, que tanto mata sem pudor na Ucrânia como financia extremismos de direita por toda a Europa.
Este PCP, embora acrónico e refém de mentiras, foi até há pouco tempo parte da solução governativa do País que agora é notícia pelo mundo pelas piores razões. Este PCP que trata o 25 de Abril como propriedade privada é um partido que se alimenta da mercearia eleitoral que finge desprezar. Este PCP anedótico exige cobertura mediática e palco privilegiado como todas as outras forças. Imaginem o que não seria se lhes virássemos costas, decretando sanções higiénicas às suas tiradas frequentes através de votos de protesto, de acções de campanha, de comunicados e de conferências de imprensa.
A hipocrisia desumana do PCP tresanda. Sem surpresa. Como conta o povo, “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!”