Macron diz que Le Pen quer sair do euro "mas sem dizer"
O candidato à Presidência francesa Emmanuel Macron acusou hoje a sua adversária de extrema-direita, Marine Le Pen, de querer tirar o país do euro, "mas sem o dizer".
Durante o debate televisivo para as eleições presidenciais, cuja segunda volta está marcada para o próximo domingo, Macron considerou que, como em 2017, o projeto de Le Pen significaria a saída de França da União Europeia (UE), ressaltando que a sua rival não o diz de forma clara.
Face a isso, o candidato social-liberal reiterou a sua confiança "na Europa e no eixo franco-alemão" que, na sua opinião, "vai permitir avançar na soberania europeia" contra outras superpotências.
Por seu lado, a candidata de extrema-direita respondeu que "a soberania europeia não existe, porque não há cidadania europeia".
"Você quer substituir a soberania francesa pela soberania europeia e é por isso que coloca a bandeira europeia [da UE] sob o Arco do Triunfo", ripostou Le Pen.
A candidata da União Nacional (RN, na sigla em francês) insistiu na sua ideia de reformar "profundamente" a UE para transformá-la numa aliança de nações.
Le Pen acusou a Comissão Europeia de interferir nas decisões nacionais dos seus membros e na "multiplicação de acordos internacionais de livre comércio assinados para permitir a venda de carros alemães sacrificando os [nossos] agricultores".
Todavia, Macron recordou que se opôs à assinatura do acordo com o Mercosul por considerá-lo prejudicial ao produtores europeus, desde que não sejam exigidos os mesmos padrões de produção, no âmbito social e ambiental, aos membros daquele bloco latino-americano
Marine Le Pen passou à segunda volta das eleições presidenciais em França, ao recolher 23,2% dos votos no escrutínio do passado dia 10, e voltará a defrontar o Presidente cessante, Emmanuel Macron, que obteve 27,8% dos votos.
O ocupante do Eliseu (Presidência francesa) é escolhido no próximo domingo, assinalando as sondagens mais recentes um aumento da vantagem de Emmanuel Macron em relação a Marine Le Pen.