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África do Sul envia 400 soldados para acudir à catástrofe causada pelas cheias

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A África do Sul enviou 400 dos 10.000 soldados que prevê alocar à ajuda nos esforços de socorro, após inundações mortíferas que assolaram a região de Durban, na costa leste do país, anunciaram as forças armadas sul-africanas.

Pelo menos 448 pessoas morreram nos deslizamentos de terras que causaram o caos na área metropolitana de Durban, uma cidade portuária com 3,9 milhões de habitantes, epicentro da catástrofe ocorrida na província do KwaZulu-Natal.

"Temos 400 soldados no terreno, mas os outros estão a chegar até alcançarmos os 10.000 esperados", disse em declarações à comunicação social um oficial superior do exército, general Andrés Mahapa, citado pela agência France-Presse. "Este é apenas o primeiro contingente", acrescentou.

As equipas de salvamento civis e militares ainda estão à procura de corpos entre os escombros, o que foi confirmado pela mesma fonte. "Ainda estamos a recuperar corpos", anunciou.

"Estamos também a construir pontes temporárias, até que possamos reparar as pontes danificadas", disse o general, salientando que a prioridade é a retoma da circulação de bens e serviços.

O porto de Durban, um dos principais terminais marítimos de África e a espinha dorsal da atividade económica do país, já está operacional.

Em contrapartida os grandes danos na estrada que liga o porto ao resto do país e do continente continuam a impedir o trânsito diário de 13.000 camiões de mercadorias.

O país estava "preparado" para uma catástrofe natural deste tipo, mas a escala dos danos é "espantosa", afirmou Sandile Hlongwa, um general responsável pela operação global.

"Nunca vimos nada assim", acrescentou, referindo-se aos deslizamentos de terras.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, declarou na segunda-feira o estado de catástrofe nacional, decisão que permitirá a libertação de recursos excecionais.

Os habitantes de Durban estão sem água potável há nove dias, uma vez que 80% da rede da cidade foi afetada. Cerca de 4.000 casas foram arrasadas e mais de 13.500 danificadas.