Trabalhadores da indústria conserveira realizam amanhã greve nacional
Os trabalhadores da indústria conserveira vão realizar na quinta-feira uma greve nacional, reivindicando um novo contrato coletivo de trabalho, estando prevista uma concentração pelas 14:30 na lota da Figueira da Foz, segundo o dirigente do SINTAB Avelino Mesquita.
De acordo com o sindicalista, a Associação Nacional dos Industriais das Conservas de Peixe (ANCIP) recusa negociar a tabela salarial e a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) e defendeu que deve haver a valorização de um setor "essencial" e que esteve "na linha da frente" durante a pandemia.
"A ANCIP não quer negociar o CCT das conservas. Já andamos nisto há dois anos e sempre a dizerem que negoceiam, que negoceiam e, chega-se às horas, e, por um motivo ou outro, não negoceiam", disse o dirigente sindical do Sindicato nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB), à Lusa, por telefone.
Avelino Mesquita explicou que esta é "uma tentativa de negociar, pelo menos, o CCT" e o aumento salarial.
"O que queremos é que o CCT esteja em vigor (...) e o aumento do salário, porque empresas que estiveram na linha da frente [durante o pico da pandemia], que tiveram milhões e milhões de lucros e só têm os trabalhadores pelo salário mínimo nacional, não se compreende que não queiram aumentar mais que o salário mínimo", lamentou o sindicalista.
Avelino Mesquita não consegue antever ainda a adesão à greve, mas remeteu para as anteriores, na quais disse ter havido adesões de 100%.
"Aqui na COFISA, na Figueira da Foz, tivemos, no dia 31, uma a 100%, e pensamos que amanhã [quinta-feira], será também a 100% que é para mostrar, quer à administração da empresa, quer à associação, que os trabalhadores não vão largar enquanto não for negociado", sublinhou.