Oligarca russo garante que "90% dos russos são contra a guerra"
O oligarca russo Oleg Tinkov, sancionado pelo Reino Unido, garantiu hoje nas redes sociais que "90% dos russos são contra a guerra" na Ucrânia.
"Os empresários tentam salvar o que resta dos seus bens... Claro, há subnormais que desenham o Z -- símbolo da operação militar especial --, mas há 10% de subnormais em cada país. 90% dos russos estão contra a guerra", escreveu no Instagram Oleg Tinkov.
O magnata, que vive regularmente no estrangeiro, acrescentou: "Não vejo um único beneficiário desta guerra louca. Pessoas e soldados inocentes estão a morrer".
"Os funcionários do Kremlin estão em choque, porque não serão os únicos, mas também os seus filhos, a não poder ir ao Mediterrâneo este verão", disse.
Oleg Tinkov também ridicularizou o estado do Exército russo durante a atual "operação militar especial", assegurando que "os generais, ao acordar de ressaca, perceberam que têm um Exército de merda".
O oligarca questionou-se como o Exército poderia ser bom "se tudo no país é uma porcaria", um país onde prevalece o "nepotismo", a "bajulação" e o "servilismo".
Por todas essas razões, Oleg Tinkov pediu ao Ocidente em inglês para "dar ao Mister Putin uma saída clara para salvar a face e parar o massacre".
"Por favor, seja mais racional e humanitário", insistiu o fundador do Tinkoff Bank, o segundo maior emissor de cartões de crédito na Rússia.
Outros oligarcas russos criticaram a intervenção da Rússia na Ucrânia, mas poucos foram tão duros quanto Oleg Tinkov, com exceção de Mikhail Khodorkovsky, que cumpriu 10 anos de prisão por ter enfrentado o líder do Kremlin, Vladimir Putin, e agora reside na Europa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.