Mais de 170 pessoas presas na Rússia por protestarem contra a guerra
Mais de 170 pessoas foram hoje presas na Rússia por protestarem contra a ofensiva russa na Ucrânia, disse a organização não governamental OVD-Info, especializada na monitorização de detenções no país.
Às 13:00 locais (14:00 em Lisboa), "mais de 178 pessoas tinham sido presas em 15 cidades russas", disse a ONG através de um comunicado.
Em Moscovo, foi marcada uma concentração contra a intervenção militar russa na Ucrânia para as 11:00 (12:00 em Lisboa) no Parque Zariadie, ao pé do Kremlin. Pouco depois, a polícia começou a prender pessoas sentadas nos bancos do parque, em plena tempestade de neve.
"Não à guerra na Ucrânia!" gritou uma jovem mulher que foi detida pela polícia.
Mais de 30 camionetas da polícia foram colocadas à volta do parque e perto das paredes vermelhas do Kremlin, e mais de 20 pessoas foram presas, de acordo com o repórter da agência AFP.
Foram também efetuadas detenções num comício semelhante na cidade de São Petersburgo, no noroeste do país, como parte de uma ação anunciada a nível nacional sobre redes sociais.
A concentração contra a operação militar russa na Ucrânia foi anunciada em redes sociais para hoje por ativistas que se opõem à ofensiva russa em cerca de 30 cidades por toda a Rússia, de Vladivostok (Extremo Oriente) a Sochi (Sul).
Os organizadores disseram também, numa declaração, que queriam protestar contra "o colapso da economia russa, contra (o Presidente russo, Vladimir) Putin," e pela libertação do oponente preso Alexei Navalny.
"A Rússia merece paz, democracia e prosperidade", escreveram.
Em São Petersburgo, cerca de 40 pessoas estiveram presentes no local designado para a concentração no centro da cidade, embora não fosse claro se eram manifestantes, disse um repórter da AFP.
No entanto, até 25 pessoas foram presas, disse ela.
"Vim apenas para ficar de pé. Para expressar de alguma forma o meu protesto contra o que está a acontecer", disse Galina Sedova, 50 anos, à AFP, acrescentando que tinha "medo de protestar ativamente".
Violando uma proibição de manifestações imposta pelas autoridades russas, os ativistas da paz reúnem-se de tempos a tempos na Rússia para denunciar a intervenção militar na Ucrânia.