Todas as semanas surgem entre 3 a 14 novos casos de maus-tratos a crianças e jovens na Região
A presidente da Comissão de Protecção de Menores e Jovens do Funchal (CPCJ), Fátima Fernandes, revelou que todas as semanas surgem cerca de 14 novos casos de maus-tratos a crianças e jovens na Região.
“O nosso número varia de semana a semana, com cerca de 130 a 160 processos activos. Mas por semana podem ser instaurados entre 3 a 14 novos processos”, frisou, acrescentando que a faixa etária mais afectada está situada entre os 14 e os 17 anos, sendo que não existe um género em específico que se evidencie.
Segundo a dirigente, o que tem vindo a piorar nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia, têm sido os casos relacionados com a violência doméstica, violência psicológica e o consumo de substâncias psicotrópicas, sendo que por vezes uma tipologia pode estar associada a outra. De acordo com a presidente do CPCJ Funchal a maioria dos maus-tratos surgem em contexto familiar e em famílias mais frágeis, que já contam com problemas sociais, como o desemprego e a toxicodependência.
São várias as entidades que costumam dar o alerta dos casos, entre os quais se destacam os estabelecimentos de ensino. “Também temos sinalizações a crescer vindas do Ministério Público, da PSP, do Instituto de Segurança Social e também o SESARAM sinaliza logo que detecta casos de negligência, principalmente ao nível dos bebés e crianças”.
Sobre os abusos sexuais a menores, Fátima Fernandes explicou que não tem existido, felizmente, um elevado número de casos. “Mas são situações que são logo reportados para o Ministério Público e para a Polícia Judiciária. A Comissão trabalha no sentido de apoiar as famílias”, explicou. “As pessoas estão mais alerta para estas ocorrências e deixam de ter receios”, afirmou, à margem da conferência ‘Serei o que me deres…o que seja o amor’, realizada no Teatro Municipal Baltazar Dias, no âmbito do ‘Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância’.