Zelensky espera obter estatuto de candidato à UE "nas próximas semanas"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que espera que a Ucrânia obtenha "nas próximas semanas" o estatuto de candidato à adesão à União Europeia (UE) e agradeceu a Bruxelas a disponibilidade para acelerar o processo.
Zelensky entregou hoje ao embaixador da UE na Ucrânia, Matti Maasikas, durante uma reunião em Kiev, dois dossiers que constituem o pedido de adesão daquele país ao organismo europeu.
"O nosso povo já está mentalmente na Europa há muito tempo. No entanto, cada país deve seguir este procedimento", referiu o chefe de Estado ucraniano.
Normalmente, a obtenção do estatuto de candidato à UE "leva anos", mas Bruxelas "deu uma oportunidade para iniciar este procedimento dentro de algumas semanas ou meses", realçou.
"Estamos convictos de que este procedimento será iniciado nas próximas semanas", sublinhou em Kiev, que acredita que este seria "um sinal importante" para as relações entre Kiev e Bruxelas.
O governante explicou que "os ucranianos estão unidos para atingir o objetivo de se sentirem iguais aos outros europeus, fazendo parte da UE".
A integração na UE é um processo de longo prazo para aproximar a legislação do país candidato da legislação europeia.
Este processo requer negociações complexas sobre muitos assuntos e critérios difíceis de cumprir para um país em guerra, como estabilidade política e uma economia de mercado funcional.
Também requer o acordo unânime dos 27 Estados-membros, sendo que estes estão divididos quanto a uma futura adesão desta ex-república soviética, invadida pela Rússia desde 24 de fevereiro.
Oito países, a República Checa, Letónia, Lituânia, Estónia, Bulgária, Polónia, Eslováquia e Eslovénia, pediram, em carta aberta, a abertura de discussões sobre a adesão da Ucrânia.
Mas um terço dos Estados-Membros, incluindo Bélgica, Países Baixos, Itália ou Espanha, têm manifestado mais "reservas", segundo revelou à agência France-Press (AFP) uma fonte diplomática.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.