A Guerra Mundo

Ucrânia diz serem "falsas" acusações da Sérvia sobre ameaças de bomba a voos

Foto:  EPA/SERGEY DOLZHENKO
Foto:  EPA/SERGEY DOLZHENKO

A Ucrânia rejeitou hoje as acusações do Presidente da Sérvia de que os serviços secretos do país estão por trás de uma série de ameaças de bomba contra voos da Air Serbia para a Rússia, considerando-as falsas.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, afirmou que os serviços de inteligência estrangeiros da Ucrânia e uma nação não identificada da União Europeia "estão fazendo isso". O líder sérvio pró Rússia não deu, porém, factos que justificassem a sua afirmação, outras autoridades sérvias alegaram que os e-mails com ameaças de bombas foram enviados para a Sérvia da Ucrânia ou da Polónia.

"As declarações dele (de Vucic) sobre o suposto envolvimento da Ucrânia em ameaças de bomba a transportadoras aéreas sérvias que voam para a Rússia são falsas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, em comunicado.

A transportadora nacional sérvia é a única companhia aérea europeia, além das companhias aéreas turcas, que não aderiu às sanções aéreas da União Europeia contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

Vários voos da Air Serbia para Moscovo e São Petersburgo partiram com atrasos ?ou tiveram de regressar a Belgrado após as ameaças anónimas de bomba.

O Presidente Vucic disse que, embora os voos para a Rússia não estejam a dar lucro, por causa dos frequentes regressos à base, na capital sérvia, vão continuar "por uma questão de princípio".

A Sérvia votou a favor de três resoluções da ONU a condenarem a carnificina da Rússia na Ucrânia, mas até agora rejeitou a adesão a sanções internacionais contra seus aliados em Moscovo.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia expressou o seu desapontamento com o facto de a Sérvia, candidata à adesão à UE, ainda não ter apoiado as sanções do bloco de 27 países impostas à Rússia.

"Sanções duras e a unidade do mundo democrático podem parar esta guerra", disse Nikolenko em comunicado. "Pedimos a Belgrado que defenda a verdade e se junte totalmente ao apoio à Ucrânia e à defesa dos valores sobre os quais uma Europa democrática unida foi fundada".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.