Igreja "de braços sempre abertos" para "acolher a todos"
Como Jesus crucificado, a Igreja há-de ter, constantemente, os braços abertos. Indefesa e disponível, a Igreja há-de ser capaz de acolher a todos, de modo que todos se sintam em casa e sejam interpelados pelo amor de Deus manifestado plenamente na cruz.
Foi esta a mensagem deixada por D. Nuno Brás na homilia desta Sexta-feira Santa.
O bispo do Funchal - fazendo uma analogia entre a presença da água e do sangue nas narrações da Paixão de Jesus e os sacramentos do Baptismo e da Eucaristia - argumentou que "o modo de a Igreja ser, viver, aparecer ao mundo é moldado pela cruz do Senhor" e "não a [vontade] dos homens".
Devemos, pois, reconhecer que Igreja não apenas teve o seu primeiro momento na cruz de Jesus Cristo, mas também que ela se deve constantemente deixar formar, moldar em todos os tempos, por esta mesma cruz, presente no Baptismo e na Eucaristia. A Igreja, devemos dizer, tem a forma da cruz (...) Como Jesus crucificado, também a Igreja há-de procurar fazer a vontade de Deus e não a dos homens. Estes gostariam que a Igreja seguisse as ideias da moda e dos bem-pensantes; que desse mais importância aos poderosos e à sua vontade; que admirasse os famosos e justificasse o seu modo de vida. Mas a Igreja sabe que nasceu da cruz: e, por isso, Deus há-de ter nela o primeiro lugar. É a vontade de Deus que a Igreja há-de procurar conhecer em cada momento, e não a vontade dos homens. Se Jesus tivesse obedecido ao mundo, nunca teria sofrido a morte de cruz. Mas nunca nos teria salvo. Como Jesus crucificado, a Igreja há-de pois, estar firme na terra — mas como sinal erguido em cimo de um monte, para que todos vejam o Senhor, crucificado por amor. Da terra, ela há-de erguer-se constantemente para o Céu, mostrando o caminho e o destino dos homens.
D. Nuno Brás insiste que a Igreja há-de estar sempre "de braços sempre abertos para acolher em seu nome esta humanidade", nomeadamente "na violência e na guerra" para a qual qualquer solução "apenas poderá ser encontrada em Jesus crucificado".
"Nesta tarde de Sexta-feira Santa, peçamos ao Senhor, a graça de, cada um de nós e todos, assumirmos, na nossa vida, cada vez mais, a forma da cruz — da cruz salvadora, aquela em que o Filho de Deus morreu para nos dar a vida", apelou o bispo na homilia que antecede a Procissão do Enterro.
Os momentos festivos de Sábado de Aleluia e de domingo da Ressurreição fecham as celebrações da Páscoa no sábado a Vigília Pascal ocorre pelas 21h30 e a solene eucaristia de domingo de Páscoa está marcada para as 11 horas.
Conheça a agenda de D. Nuno Brás para a Páscoa
Sendo o período Pascal uma das alturas mais importantes para a Igreja Católica, são vários os momentos em que D. Nuno Brás, o bispo do Funchal, é chamado a presidir várias celebrações no Tríduo Pascal (três dias celebrados pelo Cristianismo antes do Domingo de Páscoa).