Cafôfo quer ver consulados "como a sala de estar de Portugal no Mundo"
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas promete melhorar e reformular a rede consular
O Orçamento do Estado reservou uma verba destinada às comunidades portuguesas, mais concretamente no sentido de melhorar “os serviços que a rede consular presta”.
A informação foi avançada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, que em entrevista ao programa 'Câmara dos Representantes' da RDP Internacional reconheceu “o desafio difícil e complexo” que será aperfeiçoar "o atendimento e os serviços" que o país presta aos "portugueses espalhados pelo Mundo".
Para este madeirense com familiares emigrados na Venezuela e no Brasil "os consulados são partes de Portugal no Mundo" e por isso "quando os portugueses" recorrerem a estes locais "têm de se sentir na sala de estar".
Quando convidamos amigos ou familiares à nossa casa recebemo-los sempre com o melhor que temos. Não é num anexo, é na nossa sala de estar. Quero que os consulados funcionem como a sala de estar de Portugal no Mundo. Paulo Cafôfo
Em praticamente meio mês de trabalho, Paulo Cafôfo avança também com “um novo modelo de gestão consular” que “tem como princípios a simplificação dos procedimentos” fruto de uma “diversificação dos atendimentos, com diversas formas de dar resposta” e de maneira que os cidadãos possam “aceder aos serviços prestados pelos consulares”.
Esta nova gestão “implica uma desmaterialização documental” e “digitalização com recurso a instrumentos tecnológicos” naquela que será “uma transição que é necessária fazer”.
Senti, além da gratidão, uma grande responsabilidade. É um grande honra poder ser Secretário de Estado das Comunidades. Parece que não, mas é servir cerca de 5 milhões de portugueses. Encaro isto como uma missão, com muita paixão. Estou muito entusiasmado. Paulo Cafôfo
O secretário de estado reconheceu que "há ajustes a fazer na gestão consular e tem havido abuso por parte de pessoas oportunistas que se aproveitam do sistema como está montado para poder usá-lo em benefício próprio". Ciente "da realidade" Paulo Cafôfo promete "actuar".
Pela frente, o governante manifesta também vontade em “aprimorar o sistema eleitoral” junto dos emigrantes. É por isso que foi criado “um grupo de trabalho” que está a “estudar a implementação do voto electrónico não presencial” para que não se suceda o mesmo problema das últimas eleições Legislativas.
Este é “o caminho do futuro” e de certa forma também irá contribuir para incentivar a “participação cívica num acto que é importante para a nossa democracia", pelo que "os nossos portugueses espalhados pelo Mundo não podem estar de fora”.
"Podem contar comigo", reage Cafôfo à nomeação dos conselheiros
Não são indicados por si, mas... “Podem contar comigo e com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas”. É assim que Paulo Cafôfo acaba de reagir à notícia da nomeação dos 20 conselheiros que já foram formalmente indicados numa decisão do Governo Regional, e que o DIÁRIO traz hoje na sua edição impressa.
A questão da segurança na hora de votar não fica esquecida. “Temos questões de ciberataques e confidencialidade”, explicou, acrescentando que a eleição para o Conselho das Comunidades Portuguesas poderá ser o primeiro grande teste ao voto electrónico. “É isso que está em cima da mesa”, adiantou.
Paulo Cafôfo ainda não sabe onde vai estar no dia 10 de Junho
As comemorações do Dia de Portugal, a 10 de Junho, serão marcadas por celebrações no Reino Unido e Paulo Cafôfo estará “obviamente integrado”. Ainda assim, o madeirense não sabe onde vai estar.
“Ainda não tenho definido onde irei estar e estou um pouco dependente também do Presidente da República”, clarificou, apontando que vai marcar presença “no local onde for mais importante”.
Estamos ainda a articular com a presidência da República o formato em termos de organização e logística de como tudo se irá proceder. Paulo Cafôfo
Garantiu ainda que tem como “missão valorizar a diáspora pelo Mundo”. Como professor de história, sublinhou que a história da diáspora faz parte do país e que ainda está por contar.
"Não vamos olhar para a emigração como uns coitadinhos. São gente de grande valor, de grandes qualidades. Esta memória precisa de ser divulgada para até quebrar alguns estigmas que existem. Estes portugueses sentem Portugal como ninguém", vincou.