Britânico no Exército ucraniano capturado por forças russas
Um britânico no Exército da Ucrânia foi capturado pelas forças russas, tendo a sua mãe pedido hoje que seja tratado "humanamente" e libertado, num dia em que Moscovo diz que capturou mais de mil militares ucranianos.
A televisão estatal russa transmitiu na noite de quinta-feira imagens de um jovem algemado e com um corte na testa, afirmando que se trata de Aiden Aslin, noticia hoje a agência France-Presse (AFP).
A sua mãe, Ang Wood, disse ao jornal britânico Daily Telegraph que o homem de 28 anos "é um membro ativo das forças armadas" e que, por isso, "deve ser tratado com humanidade".
"Já parece ter sido espancado, é tempo de o Governo britânico se envolver para garantir a libertação de Aiden", acrescentou.
Contactado pela AFP, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico não respondeu.
Aiden Aslin, conhecido também como Johnny, alistou-se em 2018 na Marinha ucraniana e comprou uma casa no país para constituir família com a sua noiva.
Durante o dia de hoje, o presidente do Comité de Investigação (CI) da Rússia, Alexander Bastrikin, afirmou que mais de mil militares ucranianos foram capturados por Moscovo desde o início da invasão da Ucrânia, noticia a agência Efe.
"Continua o trabalho com os militares [ucranianos] que se renderam. Mais de um milhar encontra-se em território russo. A grande maioria deles foi interrogada por investigadores", disse Bastrikin, citado pela agência TASS.
Bastrikin acrescentou que os investigadores identificaram 15 comandantes das Forças Armadas da Ucrânia acusados pela Rússia de "genocídio de civis no Donbass" e que Moscovo tem informações sobre a entrega de armas a Kiev de 25 países, incluindo 21 da NATO.
Já o senador russo Andrei Klimov, apontou que há militares dos países da NATO entre os prisioneiros capturados.
Kiev confirmou na quarta-feira uma nova troca de prisioneiros com a Rússia que envolve 30 cidadãos ucranianos militares e civis.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra com um balanço de vítimas ainda por determinar.
O conflito, que entrou hoje no 51.º dia, levou mais de 4,7 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.