BE denuncia "falhanço" do Governo Regional nas metas climáticas
O Bloco de Esquerda (BE) veio hoje a público denunciar o que entende como "falhanço" do Governo Regional nas metas climáticas. Numa nota remetida às redacções, Dina Letra diz que "o executivo liderado pelo PSD mentiu a todos os madeirenses e porto-santenses quando anunciou uma redução da dependência dos combustíveis fósseis em 50%, até 2020".
"Em 2022 estamos muito, mesmo muito longe de atingir este objectivo, o que para o Bloco de Esquerda é revelador do falhanço do Governo Regional nesta matéria e da falta de uma estratégia consistente, fundamentada e credível", sublinha a coordenadora regional do Bloco.
Dina Letra recorda a propósito "verdadeiros atentados ambientais" promovidos pelo próprio Governo Regional, referindo como exemplos: a construção da estrada das Ginjas "no coração da floresta Laurissilva (Património Mundial da UNESCO)", o projecto de teleférico do Curral das Freiras, o projecto de requalificação de frente mar de São Vicente, o processo de recolha de amianto "que não fiscalizou", a exploração das ribeiras e pedreiras "a que fez vista grossa", a marina do Lugar de Baixo, entre outros.
"O importante mesmo é anunciar milhões de euros nisto ou naquilo, que, por sinal, são sempre entregues a projectos privados liderados por um círculo restrito dos mesmos de sempre", atira a bloquista.
Outro projecto que 'ficou pelo caminho' - lembra - é a produção de microalgas no Porto Santo.
"Depois de anos a justificar o projecto das microalgas no Porto Santo como sendo de extrema relevância estratégica para a auto-suficiência da ilha dourada e para o processo de combate à dependência das energias fósseis; depois de 45 milhões de euros de investimento do erário público, soubemos, pela voz do presidente da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM), que afinal era só um projecto piloto; uma experiência, agora sem qualquer interesse para o 'core business' da EEM", expõe, questionando "quem paga esta imparidade nas contas da EEM?".
A coordenadora regional do BE classifica ainda de "flop" o projecto eólico localizado no planalto do Paúl da Serra, porque "não cumpre com uma boa parte daquilo para que foi concebido" e "custou qualquer coisa como 67 milhões de euros".
Porquê? Porque não há água e cada ano chove menos, afirmam as análises estatísticas do IPMA; porque as alterações climáticas estão aí; porque o Governo Regional não planeia nem estuda com competência os investimentos que promove.
O Bloco de Esquerda considera, assim, "inaceitáveis" todos estes “desvarios” que "contribuem para a austeridade e para o sufoco financeiro com que as famílias madeirenses e porto-santenses vivem", remata Dina Letra.