ONG pede ajuda para acudir comunidades afetadas pelas cheias na África do Sul
A organização humanitária sul-africana Gift of the Givers apelou hoje à ajuda de socorro "em massa" para acudir às comunidades afetadas pelas devastadoras inundações no KwaZulu-Natal, sudeste do país, que causaram mais de 340 mortos.
O responsável da organização não-governamental sul-africana, o médico Imtiaz Sooliman, adiantou que "os esforços de socorro em massa são necessários para ajudar as comunidades deslocadas e lidar com danos extensos na infraestrutura pública" na província da costa oriental da África do Sul.
Sooliman referiu à imprensa local que as necessidades são "enormes", acrescentando que estradas, pontes, sistemas de drenagem e infraestruturas públicas "são da responsabilidade do governo", mas que a organização pode considerar a reparação de escolas e infraestruturas de saúde.
Os centros de Saúde comunitários têm registado um elevado número de casos de trauma, segundo a imprensa local, sendo que o principal desafio é o transporte de pacientes em ambulâncias devido ao aluviamento de estradas, havendo algumas bloqueadas por árvores e lama.
Pelo menos 341 pessoas morreram e 55 ficaram feridas em resultado das devastadoras inundações provocadas por chuvas torrenciais desde a passada sexta-feira na província sul-africana de KwaZulu-Natal (KZN, na sigla em inglês), anunciaram hoje as autoridades locais.
O governador provincial, Sihle Zikalala, adiantou na noite de hoje que há mais de 40 mil pessoas afetadas e 55 feridos contabilizados até ao momento.
Todavia, o governante referiu aos jornalistas que as autoridades locais estão a tentar estabelecer ainda o número de pessoas desaparecidas.
Mais de 248 escolas foram danificadas pelas cheias, segundo as autoridades locais.
O autarca de eThekwini, Mxolosi Kaunda, estimou hoje que o impacto financeiro das recentes inundações ascende a mais de 750 milhões de rands (47,3 milhões de euros), sublinhando que a indústria e o turismo estão entre os setores severamente afetados pela calamidade.
"O número de visitantes no fim de semana da Páscoa deverá cair porque há áreas que não têm água e eletricidade, o que afetará postos de trabalho no setor de hospitalidade", salientou.
O autarca sul-africano condenou ainda a vaga de pilhagens a lojas comerciais em áreas como Umlazi, onde a polícia prendeu 12 pessoas por roubo e posse ilegal de bens.
O Governo declarou o estado de calamidade na província de KwaZulu-Natal, vizinha de Moçambique, e prometeu ajuda às famílias afetadas.
O Serviço de Meteorologia Sul-Africano (SAWS, na sigla em inglês), registou em 48 horas quase metade da precipitação anual de 1.009 mm de Durban em algumas áreas da província costeira no sudeste do país, prevendo "chuvas mais perturbadoras" para sexta-feira e sábado na costa oriental do país.
Segundo a imprensa local, as autoridades locais foram apanhadas "desprevenidas" pela tempestade tropical, que se formam no Oceano Índico e normalmente atingem o país vizinho, Moçambique.