Mariupol teme que mortos cheguem a 35 mil nos próximos dias
A autarquia de Mariupol repetiu hoje que à volta de 20.000 civis já morreram nos ataques russos à cidade portuária, adiantando temer que o número de vítimas mortais possa chegar a 35.000 nos próximos dias.
"Há quatro dias demos um número otimista de 10.000 mortos. Com o aumento da intensidade dos combates, é preciso dizer que, mesmo que o cerco terminasse agora, o número de mortos seria em torno de 20.000", disse o assessor do autarca da cidade, Petro Andryushchenko, a meios de comunicação locais.
O responsável acrescentou que, se os combates continuarem com a mesma intensidade, o número de vítimas mortais civis poderá chegar a 35.000.
"Os corpos estão a ser enterrados em todos os lugares: nos quintais e nas ruas", afirmou Andryushchenko.
"Devido à intensidade dos bombardeamentos, as pessoas não podem sequer sair para enterrar os seus entes queridos. Os serviços municipais não funcionam, o cemitério está localizado num território controlado pelo exército russo. A morte está em toda a parte, é visível", acrescentou o assessor.
Mariupol está cercada por tropas russas há semanas e a sua queda é considerada iminente, mas os ucranianos estão a conseguir resistir ao avanço russo.
Segundo informações provenientes da região, os ucranianos estão entrincheirados num complexo industrial, com muitos locais para se esconderem e emboscarem os invasores russos.
Abaixo do complexo industrial há uma série de túneis que também estão a ser usados pelos ucranianos.
Alguns analistas compararam a batalha por Mariupol à lendária Batalha de Estalinegrado durante a Segunda Guerra Mundial, durante a qual os soviéticos também se entrincheiraram num complexo industrial e usaram túneis.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.