Wall Street fechou em alta graças a uma acalmia no mercado obrigacionista
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje claramente em terreno positivo, com os investidores a beneficiarem de uma acalmia no mercado obrigacionista que aproveitou aos valores tecnológicos.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 1,01%, para os 34.564,59 pontos, o tecnológico Nasdaq progrediu 2,03%, para as 13.643,59 unidades, e o alargado S&P500 avançou 1,12%, para as 4.446,59.
Os índices mostraram "uma certa resiliência depois de uma outra leitura mais severa que prevista da inflação e quando a época dos resultados começou de forma mitigada", resumiram os analistas da Schwab.
A subida dos preços grossistas nos EUA, o índice PPI, acelerou em março, devido aos preços da energia.
Em termos anuais, os 11,2% são a subida mais forte desde que este índice começou a ser publicado em 2010.
Este anúncio, de hoje, seguiu-se à publicação na terça-feira da subida no índice dos preços no consumidor, que atingiu um máximo de 40 anos, nos 8,5% em termos anuais.
Os rendimentos obrigacionistas tinham então reagido muito vivamente, no início da semana, aos dados da inflação e às perspetivas de a Reserva Federal (Fed) adotar medidas duras de combate à subida dos preços, atingindo os 2,78%. Hoje, evoluíam ao fim do dia nos 2,69%.
"Os rendimentos das obrigações subiram demasiado depressa, demasiado alto e demasiado depressa", na opinião de Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.
Para Chris Low, da FHN Financial, "os números da inflação eram maus, bem entendido, mas já estão atrás de nós e os investidores sentiram que as vendas tinham sido excessivas, antes de um longo fim de semana", uma vez que Wall Street vai estar fechado na sexta-feira.
Alguns analistas também tiveram uma leitura mais otimista dos números da inflação, que teria atingido "a possibilidade de um pico", apontou Mazen Issa, da TD Securities.
Mas para Gregori Volokhine, deve-se prestar atenção às afirmações de James Bullard, feitas na quarta-feira. Este, presidente do banco da Fed em Saint-Louis, afirmou, em entrevista ao Financial Times, que era "imaginário" acreditar que a Fed poderia reduzir suficientemente a inflação sem subir a taxa de juro a um nível que afetar a economia.
"Em outras palavras, quando a Fed promete subir a taxa de juro sem provocar a recessão, este membro da Fed diz: 'Sejamos realistas!', traduziu Gregori Volokhine.
"Não vai ter de haver necessariamente recessão, mas é uma possibilidade", acrescentou o analista.