Rússia ameaça atacar centros de comando em Kiev
As Forças Armadas da Rússia ameaçaram hoje atacar os centros de comando na capital ucraniana, poupados por Moscovo até ao momento, acusando a Ucrânia de disparos e de sabotagens em território russo.
"Estão a verificar-se tentativas de sabotagem e de ataques das forças ucranianas contra alvos em território da Federação da Rússia", declarou Igor Konachenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo.
"Caso prossigam estas ações, o exército russo desencadeará ataques dirigidos a centros de tomada de decisão, incluindo em Kiev, o que o exército russo se absteve de fazer até agora", prosseguiu.
No final de março as forças russas retiraram-se da região de Kiev. Durante um mês, tentaram cercar a capital e efetuaram diversos bombardeamentos que atingiram a periferia da capital.
Moscovo possui designadamente mísseis hipersónicos, considerados impossíveis de destruir durante o voo devido à sua velocidade, que indicou já ter utilizado na Ucrânia.
O porta-voz do Ministério da Defesa também referiu que a zona comercial do porto de Mariupol, cidade estratégica do sudeste da Ucrânia, foi totalmente conquistada.
Na segunda-feira, o líder dos separatistas russófonos de Donetsk, que combatem ao lado do exército russo em Mariupol, tinha já reivindicado este avanço militar.
"O que resta das unidades ucranianas e dos nazis [do batalhão] Azov presentes na cidade estão bloqueados e privados da possibilidade de sair do cerco", afirmou hoje Igor Konachenkov.
O responsável militar afirmou ainda que Moscovo destruiu 36 alvos militares ucranianos durante ataques no decurso das últimas 24 horas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.