EUA advertem China sobre consequências da sua posição face a Moscovo
A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, alertou hoje a China sobre a sua posição face à Rússia, que disse ameaçar a sua "integração" na economia global.
"A atitude do mundo em relação à China e a sua vontade de abraçar uma maior integração económica podem ser afetadas pela reação de Pequim ao apelo a uma ação resoluta contra a Rússia", alertou a máxima responsável pela Economia e Finanças da administração do Presidente Joe Biden, num discurso no Conselho Atlântico, um centro de reflexão norte-americano.
O discurso de Yellen surge uma semana antes dos encontros, em Washington, dos ministros das Finanças mundiais e dos governadores de bancos centrais nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Yellen advertiu que os países que minarem as sanções que os Estados Unidos e os seus aliados impuseram à Rússia pela invasão da Ucrânia enfrentarão consequências pelas suas ações.
Sobre os efeitos das sanções na economia russa falou hoje, em Moscovo, o antigo ministro das Finanças e presidente do Tribunal de Contas da Rússia, Alexei Kudrin, que prevê que esta precise de cerca de dois anos para se adaptar às sanções ocidentais, se estas permanecerem ao mesmo nível no médio prazo.
"Claro que a nossa economia terá de adaptar-se. Temos de distinguir entre o médio e o longo prazo. Se as sanções permanecerem ao mesmo nível de agora, serão necessários cerca de dois anos", disse à comunicação social depois de discursar no Conselho da Federação (Senado), de acordo com a agência oficial TASS.
Argumentou que a Rússia ainda tem acesso ao mercado mundial, com contratos com outras jurisdições que não as ocidentais, mas prevendo que as restrições impostas terão um impacto considerável no Produto Interno Bruto (PIB), com uma queda de 10%, e na inflação, que será este ano de entre 17% e 20%.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.