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Liderança para crianças e jovens?

Hoje, inspirados pelo Professor Manuel Sérgio, referimo-nos à liderança centralizando-a, não tanto no líder, mas na pessoa humana que o líder é, na pessoa humana que o líder deve ser. Ou, dito de outra forma, não há líderes, há pessoas humanas que lideram, isto é, fruto da supracitada inspiração, centramos, a propósito da liderança, o (nosso) pensamento na pessoa humana.

Esta é, para nós, a grande revolução epistemológica, ocorrida no “nosso” pensamento, a propósito da liderança, a de uma liderança intencional para a superação, a de uma liderança intencional para a transcendência.

E, essa liderança para a superação, essa liderança para a transcendência, essa liderança para ir mais além, pois é isso que o líder quer, o líder quer ir mais além, tem de ser uma superação, tem de ser uma transcendência, sempre com valores, sempre com ética.

Razão pela qual nos “atrevemos” a centralizar, também, esta questão da liderança, nas questões éticas, afirmando, sem reservas, que, a liderança, sem ética, não é liderança.

Quando falamos em liderança, na verdade, falamos de grandes líderes, de (bons) exemplos, de homens e de mulheres, de pessoas humanas, que são, por nós, lembrados com muito carinho e com muito respeito.

Mas, para muitos de nós, parece ser precoce incluir esta dimensão (da) liderança nas crianças e nos jovens, pois, afinal, são crianças, são jovens.

Contudo, parece-nos, a nós, não ser precoce, mas sim um imperativo, desenvolver a dimensão (da) liderança nas crianças e nos jovens. Na verdade, a liderança contribui para um desenvolvimento muito importante e de que as crianças e os jovens vão precisar ao longo da sua vida, o da autoliderança, pois, antes de (se) liderar alguém, é necessário que (aquela criança, aquele jovem, aquele homem, aquela mulher, aquela pessoa humana) se lidere a si mesmo.

É, pois, nossa profunda convicção que a autoliderança vai ajudar as crianças e os jovens a gerir os seus comportamentos e os seus pensamentos, não necessariamente por esta ordem, bem como a manter o seu equilíbrio emocional perante (eventuais e futuros) momentos mais desafiadores, estabelecendo um relacionamento de cooperação, com as outras crianças e com os outros jovens, com os outros homens e com as outras mulheres, com as outras pessoas humanas, à volta delas.

A autoliderança vai, certamente e ainda, contribuir para que as crianças e os jovens possam vir a alcançar os seus objetivos com mais “facilidade”.

Assim sendo, diríamos que, a autoliderança, isto é, o “desejo” de se liderar a si mesmo, antes de liderar outras pessoas humanas, deve ser uma vontade “estimulada”, nas crianças e nos jovens, quer por pais, quer por profissionais competentes, como por exemplo, educadores, professores, ou treinadores, como pessoas humanas que vão acompanhar esse processo de desenvolvimento, sempre com valores, sempre com ética.

Liderança para crianças e jovens? Sim, para nós, pelo menos para nós, sim.