ACIF apresenta aos eurodeputados os constrangimentos do Aeroporto da Madeira
“Atendendo a que é uma comissão ligada ao turismo e aos transportes e, como sabemos, o turismo é a nossa principal fonte de receitas, responsável por 27% do nosso PIB e os transportes são fundamentais, tentámos focar naquilo que temos vindo a defender há muito tempo", explicou Jorge Veiga França, depois da reunião que manteve com a missão da Comissão de Turismo e Transportes do Parlamento Europeu.
O presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal destacou o problema da operacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira.
“Nas acessibilidades, temos uma parte conquistada com a entrada de um terceiro operador na linha Lisboa-Funchal (Ryanair), mas ao nível de infraestruturas muitas vezes estamos limitados aos ventos cruzados e faltam equipamentos que possam ajudar quem controla as aterragens", explica.
“Tentámos chamar à atenção para aquilo que são os desafios da nossa condição insular, ultraperiférica" Jorge Veiga França, presidente da ACIF
Na reunião com os eurodeputados foi referida a opção ‘Madeira mais um’ em que se procura utilizar a outra estrutura aeroportuária, Porto Santo, "devidamente adaptada e compensando com um ferry que possa trazer os passageiros mais rapidamente ao Funchal, se possível com ajudas comunitárias".
Embora tenham sido referidos os problemas, os deputados também foram informados dos méritos da Região na área do turismo que vão além ter sido, por vários anos consecutivos, o melhor destino insular da Europa.
“Fomos a primeira região insular completamente dependente do transporte aéreo que mais rapidamente conseguiu reagir e retomar a sua actividade turística. Já começamos a aproximar ao que eram os nossos visitantes em 2019", sublinha.
No entanto, Jorge Veiga França não tem dúvidas de que a situação "se vai agravar ainda mais, através dos custos energéticos e da sustentabilidade, com aumento das passagens aéreas. A guerra na Europa não acabou e isso tem consequências para todas as partes", afirma.
O presidente da ACIF elogia o trabalho da Cláudia Monteiro de Aguiar (PSD) e Sara Cerdas (PS), mas reconhece que nem todos os eurodeputados compreendem os problemas das ultraperiferias. “As nossas deputadas no PE têm defendido muito bem a nossa Região, mas sabem que lutam com a posição de alguns estados-membros que nem sempre são favoráveis a que se tente criar uma discriminação positiva com as regiões ultraperiféricas. Isso é uma injustiça e é contra isso que temos de reagir e apoiar esta comissão que nos tem defendido".