“Não é justo pagar mais quando não temos alternativas”, reconhece eurodeputado
Marian-Jean Marinescu, eurodeputado romeno e chefe da delegação do Parlamento Europeu que se encontra na Região é também o coordenado para a área dos Transportes do grupo do Partido Popular Europeu. Num momento em que está em discussão o pacote ‘fit for 55’, que tem como objectivo a redução substancial de emissões de gases e adopção de energias mais limpas, reconhece que as regiões ultraperiféricas têm mais dificuldade em adoptar estas medidas, sem custos adicionais.
“No Porto do Funchal, nos transportes urbanos e agora, neste grupo empresarial, recebemos muita informação sobre as preocupações relacionadas com o pacote verde, o pacote 'fit to 55’”, informou o eurodeputado, depois da reunião com a administração o Grupo Sousa, no terminal da GásLink, nos Socorridos.
“Quando não temos uma alternativa, temos de pagar e isso é um custo extra que será pago por todos. Isso parece-me muito claro. Estamos a trabalhar, no Parlamento Europeu, para que algumas regiões tenham derrogações para, pelo menos, um período de transição, porque não considero que seja normal pagar mais quando não temos outras alternativas de transporte e não temos alternativa para reduzir as emissões de gases”, afirmou.
Marinescu espera que as negociações seja, “bem sucedidas”, sobretudo na aprovação de derrogações da aplicação da legislação que permitam às regiões um maior período de adaptação, mas também outras medidas de excepção.
O eurodeputado romeno admite que as medidas de excepção de emissão de gases (ETS), previstas para a aviação, também sejam aplicadas ao transporte marítimo, como defendeu Duarte Rodrigues, administrador do Grupo Sousa.
“Sim, penso que é possível. Penso que podemos implementar isso, temos de implementar, porque se não for assim, não será justo”, afirma.
Antes, no Porto do Funchal, já tinha sido confrontado com situações semelhantes.
“No Porto do Funchal senti que sabem perfeitamente o que têm de fazer, já começaram a fazer, mas precisam de ajuda porque, em primeiro lugar, para fornecer electricidade aos navios precisam de energia verde. Se não for assim, mudamos a poluição dos navios para as centrais de energia”, afirmou.
Marinescu não tem dúvidas de que, na Madeira, como noutras regiões “o que tem de ser feito é aumentar a energia verde”.