Madeira

Grupo Sousa disponível para investir na construção de navios porta-contentores

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O Grupo Sousa está disponível para investir na construção de navios porta-contentores para a Madeira. 

No entanto, o administrador do Grupo Sousa, Duarte Rodrigues, disse que "hoje não existe ainda a solução disponível sobre qual é o combustível mais indicado para a construção de navios, que terão de estar vivos num espaço de 25 anos".

Pode ser o gás natural, julgo que é pouco provável. Será o amónio? Será o metanol? Será o hidrogénio? Serão as baterias? Tudo isto está em equação".   Duarte Rodrigues

No âmbito da visita dos eurodeputados à unidade de gás natural do Grupo Sousa, deixou um alerta sobre o impacto que poderá trazer o novo pacto legislativo europeu para a Madeira, na medida em que se for implementado nas Regiões Ultraperiférias, os preços dos produtos vão aumentar.

Como ainda existe uma enorme incógnita sobre o que é o combustível do futuro para os navios, não é possível conciliar isso com a entrada imediata em vigor de medidas que serão extremamente onerosas, especialmente para as Regiões Ultraperiférias".  Duarte Rodrigues
Enquanto que no continente europeu, em Portugal, o transportador pode tirar o contentor dos navios e meter na via rodoviária e na via ferroviária, que é menos poluente, para a Madeira não temos outra hipótese: a única forma de transportar tudo aquilo que consumimos é por via marítima. Portanto, estas medidas do 'Fit For 55' são boas do ponto de vista médio e longo prazo e da redução das emissões, mas têm que ser devidamente acauteladas para os madeirenses não serem agravados no seu custo de vida e na sua qualidade de vida, e é essa a mensagem que pretendo transmitir".  Duarte Rodrigues

O administrador do Grupo Sousa disse ainda que a isenção de taxas de emissão de carbono, que foi apenas indicada para o transporte aéreo, deveria também se estender ao transporte marítimo.

Tem de haver uma excepção para podermos garantir que o abastecimento regular da ilha da Madeira não seja posto em causa. A alternativa a andar mais devagar era meter mais um navio, que é para um poder fazer o porto de Leixões e outro poder fazer o porto de Lisboa, mas isso tem custo e mais uma vez quem vai pagar é a prateleira, é o iogurte e o arroz".  Duarte Rodrigues

Duarte Rodrigues disse, por isso, que tem de haver mecanismos de adaptação para as Regiões Ultraperiféricas "para que este objectivo da redução das emissões não se transforme num aumento do custo de vida dos residentes da Madeira e numa inflação acrescida face, por exemplo, aos restantes países europeus".