A Guerra Mundo

Líder da Igreja Ortodoxa russa pede união em torno do poder

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O líder da Igreja Ortodoxa russa, um dos pilares do regime de Vladimir Putin, apelou hoje a uma união em torno do poder para combater os "inimigos externos e internos" da Rússia, em pleno conflito com a Ucrânia.

"Neste período difícil para a nossa pátria, que o Senhor ajude cada um de nós a ser um corpo, inclusive em torno do Governo, e que ajude o Governo a assegurar a sua responsabilidade perante o povo e a servi-lo com humildade e boa vontade, até ao ponto de dar a sua própria vida", disse o patriarca Kirill numa missa em Moscovo.

"É assim que a verdadeira solidariedade emergirá no nosso povo, bem como a capacidade de repelir inimigos externos e internos, e de construir uma vida com mais bondade, verdade e amor", continuou, citado pela agência noticiosa estatal TASS.

O chefe da Igreja Ortodoxa russa, que reivindica cerca de 150 milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente na Rússia, tem dado sermões de apoio à ofensiva do Kremlin na Ucrânia.

A 27 de fevereiro, viu-a como uma luta contra as "forças do mal" que se opõem à histórica "unidade" entre a Rússia e a Ucrânia.

Tal como Vladimir Putin, Kirill defende valores conservadores contra um Ocidente apresentado como decadente.

Pela sua parte, o Papa Francisco pediu hoje uma "trégua pascal" na Ucrânia "para alcançar a paz através de negociações genuínas".

As celebrações da Páscoa Ortodoxa terão lugar este ano no domingo, 24 de abril, uma semana após a celebração católica.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,4 milhões para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.