Bombardeamentos russos impedem retirada de civis de Mariupol
Bombardeamento russos do principal porto ucraniano, Mariupol, no Mar de Azov, estão a impedir a retirada de civis através de vários corredores humanitários acordados entre os dois países.
As autoridades ucranianas estimam que cerca de 100 mil pessoas permaneçam em Mariupol, no leste do país, que antes da invasão lançada pela Rússia tinha uma população de 430 mil pessoas.
Já as autoridades de defesa britânicas acreditam que 160 mil pessoas permaneçam presas na cidade, cercada há várias semanas por tropas da Rússia e cuja maioria dos edifícios doi já arrasada por bombardeamentos russos.
As forças ucranianas recusam-se a entregar Mariupol, um ponto estratégico numa eventual ligação por terra entre a península da Crimeia, anexada pela Rússia, e as autoproclamadas repúblicas pró-russas de Lugansk e Donetsk.
Sergey Petrov, que vive em Mariupol disse à Associated Press no sábado que dois mísseis atingiram a sua casa, mas nenhum deles explodiu.
"Estou em choque. Não entendo o que está a acontecer. Tenho um buraco na garagem de onde sai fumo. Fujo e deixo tudo. Volto várias horas depois e encontro ali outro míssil, também não detonado", disse Petrov.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, disse no sábado que 4.532 pessoas foram retiradas nas últimas 24 horas através de corredores humanitários de diferentes partes do país.
Vereshchuk disse que 3.425 pessoas chegaram à cidade de Zaporijia, controlada pela Ucrânia, através dos seus próprios meios de transporte.
Destes, 192 são de Mariupol, e 3.233 são residentes de cidades da região de Zaporijia como Berdiansk, Melitopol, Vasilivka e Pologi.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.