Madeira

"Ao iniciarmos a Semana Santa olhemos para este Deus que nos ama"

Igreja inaugura hoje, Domingo de Ramos, a abertura da Semana Santa, as festividades da Páscoa.

D. Nuno Brás benzeu os ramos na igreja do Colégio e seguiu em procissão festiva para a Catedral do Funchal, onde preside à Solene Eucaristia do Domingo da Paixão do Senhor e dos Ramos
D. Nuno Brás benzeu os ramos na igreja do Colégio e seguiu em procissão festiva para a Catedral do Funchal, onde preside à Solene Eucaristia do Domingo da Paixão do Senhor e dos Ramos, Foto ASPRESS

A Igreja Católica celebra hoje, 10 de Abril, o Domingo de Ramos, que inaugura a abertura da Semana Santa, as festividades da Páscoa. Para assinalar a data, o Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, benzeu os ramos na igreja do Colégio, pelas 10h30, e seguiu em procissão festiva para a Catedral do Funchal, onde preside à Solene Eucaristia do Domingo da Paixão do Senhor e dos Ramos. 

Na Homilia deste Domingo de Ramos, D. Nuno Brás lembrou a obediência à missão do Pai por parte de Jesus, que "não reivindicou para si a condição de Deus e todas as regalias que ela lhe trazia. Pelo contrário: aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo. Fê-lo para nos salvar a nós, a cada um de nós. Fê-lo porque nos ama!"

O Bispo do Funchal lamenta que a sociedade dos dias de hoje continue a olhar para Jesus como "insignificante", tal como Pilatos, Herodes e tantos outros, que no "momento da sua Paixão" disseram: "Salvou os outros, salve-se a si mesmo, se é o Messias!”. D. Nuno Brás assume que "Jesus é tomado pouco a sério por todos", já que a "esmagadora maioria dos intervenientes" entende que "só aquele que, egoisticamente, for capaz de pensar primeiro em si mesmo, pode ter alguma credibilidade para salvar os outros".

Jesus continua a ser levado pouco a sério. Continua a ser levado pouco a sério por nós, que queremos ser seus discípulos e que, tantas vezes, nos perdemos em discussões acerca de quem é o maior, incapazes de O acompanhar, deixando-nos invadir pelo sono do nosso modo de viver. Continua a ser olhado como insignificante pela multidão: olham-no como se fosse um homem bom, perdido no tempo de um mundo distante — como apenas mais um entre muitos: não foi capaz de se salvar a si mesmo, e não deve, por isso, ser capaz de resolver os nossos problemas… D. Nuno Brás, Bispo do Funchal

"A missão de Jesus, que o Pai lhe confiou, é esta de se conformar até ao fim, até ao extremo, com a nossa condição humana — condição de servo, condição mortal. Enviado para morrer, para se esquecer de si e salvar os outros!", lembra o Bispo.

Deus vive a nossa morte — a de todos os dias e aquela final, definitiva, que aniquila a nossa carne — para nos oferecer, em troca, a sua vida, a vida eterna, a vida verdadeiramente feliz. E sabemos que não é miragem, que não é sonho ou imaginação: vemos Jesus crucificado — Deus que, de braços abertos, morre apenas por um único motivo: o seu amor por todos e por cada um de nós. D. Nuno Brás, Bispo do Funchal

Na abertura da Semana Santa, D. Nuno Brás exorta os fiéis a contemplarem a cruz, "que longe de ser sinal de derrota e de morte, é antes sinal de vida gloriosa e que, por isso, é apresentada como caminho de vida". 

"Tomemos Jesus a sério. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de fazermos nossa a sua cruz, de a vivermos no nosso quotidiano e de, como Ele, nos esquecermos de nós, para O ajudarmos na salvação de todos", disse.