Kiev nega ser responsável pelo ataque a depósito de combustível na Rússia
O secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia negou hoje que o país seja responsável pelo ataque a um depósito de combustível russo, nos arredores de Belgorod, próximo da fronteira russo-ucraniana, que causou um grande incêndio.
O Ministério da Defesa da Rússia acusou hoje a Ucrânia de atacar um depósito de combustível com recurso a dois helicópteros ucranianos Mi-24, que invadiram o espaço aéreo russo em baixa altitude.
"Por alguma razão eles dizem que nós fizemos isso, mas na verdade isso não corresponde à realidade", atirou o secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em declarações à televisão ucraniana.
O Ministério da Defesa ucraniano já tinha negado o envolvimento no incidente, referindo que "a Ucrânia não pode assumir a responsabilidade por todos os erros, catástrofes e eventos que ocorrem em território russo".
Agência Lusa , 01 Abril 2022 - 22:12
"Atualmente o Estado ucraniano está a conduzir uma operação defensiva para repelir a agressão militar russa no território da Ucrânia", acrescentou o governo ucraniano em comunicado.
Segundo a agência Associated Press (AP) não foi possível ainda confirmar de forma independente detalhes sobre o incidente.
Moscovo referiu que os mísseis disparados pelos Mi-24 atingiram uma base de armazenamento de produtos petrolíferos para abastecimento de transporte civil, localizada nos arredores de Belgorod, causando um grande incêndio.
Belgorod está localizada a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Ucrânia e a cerca de 70 quilómetros de Kharkiv, a cidade mais importante do leste da Ucrânia, que está cercada pelos russos.
Em reação ao alegado ataque ucraniano em território russo, o Kremlin declarou hoje que o incidente pesaria nas negociações para encerrar a ofensiva russa na Ucrânia.
Os serviços de emergência indicaram que o fogo se alastrou para oito tanques, cada um com capacidade de 2.000 metros cúbicos.
Inicialmente o governador regional russo indicou a existência de dois trabalhadores feridos, mas a petrolífera Rosneft, citada pelos 'media' russos, assegurou que não houve feridos, embora cerca de 50 pessoas tenham sido retiradas do local.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.