Contradições, inquietações e constatações
A Democracia, em tese, é perfeita e entendível!
Na definição e conceito, temos, que a mesma é uma série de princípios, que orientam a actuação dos governos, para que estes, garantam, o respeito pelas liberdades e cumpram a vontade geral da população (povo). Até aqui, sem dúvida, é perfeita; o pior é o depois e o resto.
Vejamos dois exemplos, na prática, que justificam o meu raciocínio:
Logo a seguir às últimas eleições legislativas, António Costa (sempre ele), inchado como um peru, afirmou que não recebe, nem se senta com André Ventura e o Chega, porque é um partido xenófobo. Está no seu direito como individualidade; mas, pode fazê-lo como primeiro-ministro? Tenho dúvidas, porque o partido se concorreu às urnas, é porque está legal, e o que vai fazer aos 12 deputados eleitos? E não vai ser primeiro-ministro dos 420.000 portugueses que tiveram essa opção? Não era a isto, no tempo do fascismo, que chamavam de censura?
Nesta crise que a Humanidade atravessa, com o ataque da Rússia à Ucrânia o PCP, partido do arco democrático, como “sabemos”, até há pouco parceiro do governo nas últimas legislaturas, validou a mesma, com os seus argumentos que, felizmente, não são entendíveis, pela maioria das pessoas. Pergunto e aqui o primeiro-ministro vai-se continuar a sentar com esta gente? Neste caso, já temos a democracia a funcionar?
NOTA: Estes exemplos, devem ser lidos pelo aspecto factual e não como apologia do partido A, B ou C. Interessam-me pouco os partidos, prefiro as pessoas!
Chegados a esta fase, percebe-se melhor o que afirmei anteriormente e perante estas contradições, o porquê das inquietações. É porque existem muitas qualidades de democracias, a boa e a má, a fresca e a estragada, a minha e a tua, a nossa e a vossa, a minha é melhor que a tua, e quanto aos tamanhos, nem se fala.
Posso personalizar alguns exemplos de democratas, en passant, Palma Inácio, Camilo Mortágua, Otelo (mais antigos, alguns com assaltos a Bancos no currículo, outros com crimes de sangue), a rapaziada do BPN que inclui alguns ex-ministros do PSD e mais recentemente, Sócrates, Mamadu Ba, Catarina Martins, o Cabrita etc. O que vale, é que há para todos os gostos.
No sítio donde venho e onde fui educado, valorizava-se muito os princípios, os valores, a tolerância, o respeito, a solidariedade, a lealdade, a caridade, a honestidade, a decência, a ética, muita coisa que à luz da “democracia digital”, não está tão na moda, não é “cool”…!
Nesta fase da minha vida, quase 7 décadas, constato que já me têm dito e aos que me são próximos, a meu respeito, … és um gajo porreiro…, … você é um bom homem…, …ele é sério…, …o teu pai é um senhor…, … ainda há cavalheiros…
Infelizmente, uma vez ou outra, alguma referência menos favorável, não se pode agradar a toda a gente…, nunca, mas, nunca me disseram: … És um democrata…!
E não é que cheguei à conclusão, que tenho um enorme orgulho nisso! Há cada coisa!
P.S. Partidos e pessoas, pessoas e partidos, é uma boa questão.
O Zelensky, alguém se preocupa de que partido é? Eu, é-me indiferente! Seja qual for “tem o meu voto”!
João Abel de Freitas