Presidente do PE defende em Kiev "ir mais longe" nas sanções à Rússia
A Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou hoje em Kiev, com o primeiro-ministro ucraniano, sobre a necessidade de "ir mais longe" nas sanções contra a Rússia para travar a invasão militar "injustificada e inaceitável" da Ucrânia.
"A invasão da Ucrânia é injustificada e inaceitável. Com o primeiro-ministro Denys Shmyhal, falámos sobre a necessidade de mais sanções e de maior alcance. Temos de ir ainda mais longe", escreveu Metsola no seu perfil oficial no Twitter, numa mensagem acompanhada de uma fotografia com o dirigente ucraniano.
A visita surpresa da presidente do Parlamento Europeu a Kiev é "um poderoso sinal de apoio político", afirmou por seu turno Shmyhal na sua conta da mesma rede social.
Metsola é o primeiro representante de uma instituição europeia a viajar para a Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
"Falámos sobre melhorar as sanções para parar o agressor", acrescentou o primeiro-ministro ucraniano, que assegurou a Metsola que o seu país está "totalmente preparado para o próximo passo no caminho para a UE", agradecendo a "ajuda global" financeira, militar e humanitária.
Shmyhal acompanhou a sua mensagem com quatro fotografias do encontro que incluíam também o presidente da Rada (parlamento ucraniano), Ruslan Stefanchuk, com quem Metsola tinha tido uma reunião antes.
"A resiliência e a coragem dos ucranianos inspiraram o mundo. Estou em Kiev para dar uma mensagem de esperança. Estamos convosco", disse Metsola numa outra mensagem na sua conta oficial do Twitter logo depois da reunião com o presidente do parlamento ucraniano.
"Ajudaremos a reconstruir as vossas cidades e aldeias quando tiver passado esta guerra ilegal, não provocada e desnecessária. Estamos agora a prestar ajuda financeira, militar e humanitária. Vai continuar e aumentar", prometeu Metsola numa conferência de imprensa com Stefanchuk, cujo vídeo também divulgou.
A presidente do Parlamento Europeu prometeu ao presidente da Rada que a UE, que acolheu a maioria dos mais de quatro milhões de ucranianos que deixaram o país após a invasão militar russa, "cuidará das suas famílias que foram forçadas a fugir até que possam regressar em segurança e reconstruir as suas vidas".
Num discurso por vídeo dirigido ao Parlamento Europeu, a 01 de março, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky sublinhou que os ucranianos estão a lutar pela "liberdade de que gozam os europeus", e apelou à UE para não os deixar "sozinhos", mensagem que tem vindo a reforçar junto de outras assembleias.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões para países vizinhos e a ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.