Solidariedade em tempo de guerra
É reconfortante saber que tem havido posturas exemplares na ajuda aos ucranianos
Boa noite!
Como os senhores da guerra não medem consequências dos crimes que cometem contra a humanidade, cabe ao humilde cidadão empenhado na construção da paz ter gestos concretos para ajudar quem precisa. E a esse nível a resposta tem sido exemplar, feita de disponibilidade para acolher sem limites os refugiados ucranianos, de carinho, de ofertas de emprego, de facilidades burocráticas, de apoios sociais e da vontade colectiva em contribuir para atenuar as privações de um povo que sofre.
Uma dinâmica nacional com reflexo imediato na dádiva de bens essenciais, a que a Madeira não é alheia. Hoje ficamos a saber que já seguiram cinco toneladas de alimentos, medicamentos e roupas para a Ucrânia, no âmbito da parceria que envolve voluntários, a Associação dos Ucranianos em Portugal, a Câmara Municipal do Funchal e o Grupo Sousa.
Nos últimos dias temos tido testemunhos de gente que se prontifica em servir nas diversas vertentes da ajuda humanitária. É por isso reconfortante saber que numa terra onde também se cultivam ódios e se alimenta a mesquinhez, há gente de bem, indiferente às manobras que fomentam preconceitos tóxicos e às falsidades que envenenam relações, mas comprometida com posturas que podem ajudar a salvar vidas e a proporcionar esperança a quem quase tudo já perdeu.
Com tamanho foco no essencial, importa que esta mesma gente seja também capaz de denunciar aproveitamentos dos que já salivam com a especulação imobiliária, com a subida desenfreada de preços ou com a exploração de mão-de-obra sem margem para grandes exigências. O mínimo que se exige é respeito pelas vítimas desta guerra fomentada por espertalhões sem valores, com cúmplices em larga escala, alguns dos quais, infelizmente infiltrados na nossa sociedade.