Londres exorta todo o G7 a proibir importações de petróleo russo
O Reino Unido exortou hoje todos os países do G7 a "acabarem com o uso de petróleo e gás russos", como Londres e Washington, em resposta à invasão da Ucrânia decidida pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
"Putin deve falhar", disse a secretária dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, durante uma visita aos Estados Unidos.
"Na nossa resposta, devemos redobrar as sanções", disse Liz Truss numa conferência de imprensa conjunta com o seu colega americano Antony Blinken.
Segundo defendeu, isso inclui uma exclusão "total" dos bancos russos do sistema internacional de comunicações SWIFT, através do qual são processadas a maioria das transações interbancárias internacionais, como ordens de pagamento e transferências.
A União Europeia (UE) já desligou sete bancos russos desta plataforma de mensagens que permite operações chave, mas poupou nesta fase duas grandes instituições financeiras ligadas ao setor dos hidrocarbonetos, devido à forte dependência de vários estados europeus em relação ao gás da Rússia.
Pela mesma razão, a UE não quer proibir as importações de energia da Rússia por enquanto, como os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram na terça-feira.
"Queremos encorajar um grupo maior de países a juntar-se a nós nestas sanções", disse Liz Truss.
Antony Blinken disse estar "absolutamente convencido de que Putin acabará por fracassar".
"A Rússia sofrerá uma derrota estratégica, independentemente dos seus ganhos táticos de curto prazo na Ucrânia", disse o secretário de Estado norte-americano.
Afirmando que as sanções já tinham "apagado trinta anos de progresso na integração da Rússia ao resto do mundo", Blinken também prometeu continuar a "aumentar a pressão" sobre o Presidente russo.
O secretário de Estado dos EUA também pediu que "o Kremlin permita imediatamente que os civis ucranianos deixem com segurança as cidades ucranianas sitiadas pelas forças russas", acusando Moscovo de "bloquear" essas partidas.
"A proposta do Kremlin de criar corredores humanitários que levem à Rússia ou à Bielorrússia é absurda. É ofensivo sugerir que os ucranianos devem procurar refúgio neste mesmo Governo que mostra tanto desprezo pelas suas vidas", disse Antony Blinken.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis, entre os quais 41 crianças.