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Duas associações pró-Palestina dissolvidas em França por incitamento ao ódio

Foto DR
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Duas associações pró-Palestina com sede em França foram hoje dissolvidas por decisão do Conselho de Ministros, acusadas de apelar "ao ódio, à violência e à discriminação", segundo o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.

Em 24 de fevereiro, o ministro tinha anunciado o lançamento do processo de dissolução das associações "Collectif Palestine Vaincra" ("Coletivo Palestina Vencerá") e da "Comité Action Palestine" ("Comité Ação Palestina").

Nessa altura, o primeiro, que se define como "antirracista e anticolonialista", tinha denunciado "um ataque contra o movimento de solidariedade com a Palestina".

Entre as últimas ações do coletivo, com sede em Toulouse, no sudoeste, estava uma campanha, "#Palestine2022", destinada a "denunciar a colaboração dos governos franceses com o 'apartheid' israelita" e a "convidar o tema da causa palestiniana nos debates das eleições presidenciais", pode ler-se no seu portal na Internet.

O decreto apresentado ao Conselho de Ministros defende que, "sob o pretexto de defender a causa do povo dos territórios palestinianos", este grupo incita ao "ódio, discriminação e violência contra as pessoas devido à sua origem" e "apoia organizações consideradas terroristas".

Por seu lado, o "Comité Ação Palestina", com sede em Bordéus, no sudoeste, apresenta-se como uma associação que trabalha "para a realização dos direitos nacionais do povo palestiniano", em particular o "direito de regresso dos refugiados, ou seja, a libertação da terra árabe da Palestina".

A associação afirma também denunciar o "sionismo como movimento colonialista e racista".

O decreto aprovado pelo Governo menciona o "apoio a várias organizações terroristas" que "andam de mãos dadas com uma legitimação dos seus métodos terroristas, já que os seus autores afirmam ser do interesse do povo palestiniano ou visam os interesses de Israel".

Em comunicado de imprensa, esta associação, que pretende contestar a decisão, expressou as suas "mais profundas preocupações sobre esta nova ofensiva contra associações que defendem a comunidade muçulmana", acrescentando a sua "inquietação com uma dissolução que visa asfixiar qualquer crítica, por mais dura que seja, à política de Israel".