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Criança de 4 anos morre em incêndio num acampamento de refugiados no Bangladesh

Foto AFP
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Uma criança de 4 anos morreu e mais de 400 habitações e infraestruturas ficaram destruídas na sequência de um incêndio que deflagrou num acampamento de refugiados 'rohingya' no Bangladesh, divulgou hoje a ONU.

O incêndio ocorreu na terça-feira no acampamento de Kutupalong, no sudeste do país, e originou a morte de uma criança, de 4 anos, e a destruição total ou parcial de cerca de 400 refúgios e instalações essenciais, como escolas, uma rede de distribuição de água e um centro de cuidados primários, segundo noticia a agência Efe, que cita fontes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Na sequência deste incêndio, também uma pessoa teve de ser transportada para o hospital por inalação de fumo, sendo o seu estado de saúde considerado estável.

O incêndio teve início na tarde de terça-feira e foi controlado após várias horas de combate, segundo explicou à Efe o subdiretor do Serviço de Bombeiros do campo de refugiados, Mohammad Abdullah.

Este é o sexto incêndio que deflagra no campo de refugiados desde o início do ano, situação para a qual contribui o facto de as habitações dos refugiados 'rohingyas' serem construídas com material altamente inflamável, como madeira, bambu e plástico.

"Além der uma área densamente povoada, os materiais utilizados para construir os refúgios temporários também são muito suscetíveis ao fogo", explicou Mohammad Abdullah.

Há um ano, outro incêndio de grandes dimensões matou 15 pessoas e destruiu 10.000 habitações, afetando 45 mil refugiados, divulgou na ocasião a ONU.

Mais recentemente, em 09 de janeiro, um outro incêndio danificou quase 600 refúgios e desalojou cerca de 2.500 refugiados.

Milhares de 'rohingyas' procuraram refúgio no Bangladesh, sobretudo na zona de Cox's Bazar, desde meados de agosto de 2017, quando foi lançada, no estado de Rakhine (em Myanmar, a antiga Birmânia), uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

A campanha de repressão do exército de Myanmar contra esta minoria étnica muçulmana foi condenada pela comunidade internacional e foi descrita pela ONU como limpeza étnica e um possível genocídio, incluindo o assassínio de milhares de pessoas, a violação de mulheres e de crianças e a destruição de várias aldeias, entre outras violações dos direitos humanos.