A Guerra Mundo

Exército russo detém 400 ucranianos que protestavam contra a sua presença

Foto: EPA/STEPHANIE LECOCQ
Foto: EPA/STEPHANIE LECOCQ

O exército russo deteve 400 ucranianos que protestavam contra a ocupação russa na região de Kherson, no sul da Ucrânia, afirmaram hoje as autoridades ucranianas.

"O ocupante está a tentar pôr em prática um regime de administração policial devido à forte resistência dos habitantes de Kherson", declarou a direção das Forças de Segurança Interna ucranianas na sua página da rede social Facebook.

"A Guarda Nacional Russa foi para lá enviada e procedeu a mais de 400 detenções ilegais de cidadãos ucranianos", acrescentou.

Segundo Liudmyla Denisova, encarregada dos direitos humanos no parlamento ucraniano, os russos, que controlam a cidade há vários dias, apoderaram-se de um centro de prisão preventiva desativado, para onde poderão enviar os ucranianos detidos por resistência.

Kherson, cidade portuária de 290.000 habitantes próxima da península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscovo, foi a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos, a 02 de março, uma semana após o início da sua ofensiva na Ucrânia.

Na mesma região, o exército russo também tomou o porto de Berdiansk e está a cercar a cidade portuária de Mariupol, que lhe permitiria ligar as regiões separatistas pró-russas do Donbass (Donetsk e Lugansk) e a Crimeia.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.

Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis, entre os quais 41 crianças.