“Farsa de Inês Pereira”
O teatro da mala foi à EBS Ângelo Augusto da Silva (Funchal)
Criada em 1523, com origem no termo “Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube.”, a Farsa de Inês Pereira de seu criador Gil Vicente, tinha como objetivo provar aos desconfiados que as obras do grande dramaturgo português eram da sua completa autoria, visto que era acusado de copiar as mesmas de outros.
Esta farsa fala sobre Inês Pereira (personagem principal), que pretende casar o mais depressa possível para se sentir “livre”. Eventualmente uns judeus casamenteiros acabam por casá-la, mas com um homem que iria prendê-la em casa. Felizmente, ou infelizmente (depende da perspetiva), acaba por livrar-se desse homem e arranja outro, mas este segundo é tão ingénuo que a ajuda a ir atrás de outros homens. Daí a expressão: “Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”.
A interpretação da peça é feita desta vez por Alexandre Sá, em nome da Associação de Professores de Teatro-Educação. O mesmo representa todas as personagens presentes na peça, mas a distinção é fácil de fazer, devido aos acessórios usados, a maneira de falar e certos movimentos. A abordagem feita da obra destaca bem o seu sentido cómico (visto ser uma farsa), o que a favorece, visto que a maioria do público é bastante jovem, a rondar os 16 anos. A modernização da peça também foi crucial, através da presença de músicas conhecidas com as quais os jovens se podem relacionar; a explicação no fim de cada cena em “linguagem jovem” também foi crucial, ou seja, o uso de palavras mais simplificadas para explicar o que acontece em cada cena, visto que a linguagem usada em 1523 era bastante diferente da atual.
Gonçalo Fernandes, da EBS Ângelo Augusto da Silva (Funchal).