Refugiados que chegaram a Olhão acolhidos por parentes excepto uma família
Os refugiados ucranianos que na terça-feira chegaram a Olhão num autocarro fretado pelo município foram praticamente todos acolhidos por familiares, com exceção de uma família, disse à Lusa o presidente da Câmara.
Em declarações à Lusa, António Pina adiantou que, das 46 pessoas que chegaram, 43 vão ser acolhidas por familiares e "já seguiram todas" para o seu destino, tendo o serviço de ação social da autarquia "acionado a casa de salvaguarda" que tem para situações de emergência para alojar as restantes três pessoas.
"Todas estas pessoas foram acolhidas por familiares, exceto uma mãe e duas crianças. Essas ficaram aqui ao cuidado dos nossos serviços de ação social, na nossa habitação para casos de emergência, e procuraremos agora uma resposta de mais longo prazo para esta família, sendo que há já uma listagem, quer de instituições, quer de particulares, disponíveis para acolher estas pessoas", afirmou.
O também presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) referiu que o grupo, composto por mulheres e crianças e apenas por um homem, foi observado à chegada por uma equipa médica, antes de partir para se unir às suas famílias, que não estão só no Algarve, mas "distribuídas por todo o país".
"Foram acompanhados na viagem por uma enfermeira e, em parceria com o ABC [Algarve Biomedical Center], foram recebidos por médicos voluntários que fizeram uma primeira observação, sendo a saúde de todas as pessoas bastante razoável", assegurou.
O presidente da autarquia do distrito de Faro esclareceu que, uma vez chegados a Portugal, é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) é "que tem a responsabilidade de fazer a inscrição [destas pessoas] e depois a partilha desses mesmos dados para todas as outras entidades".
Depois, acrescentou, "essa plataforma alimentará as outras, nomeadamente, as da Segurança Social, as Finanças e Instituto de Emprego e Formação Profissional".
António Pina adiantou que hoje deverá chegar a Olhão um segundo autocarro "com 44 pessoas", igualmente fretado pelo município para ir à Polónia buscar pessoas que deixaram a Ucrânia para escapar ao conflito armado com a Rússia.
"Neste autocarro, à partida, não teremos mais nenhum caso que necessite da intervenção da ação social, todos deverão ser acolhidos por familiares ou amigos", antecipou.
António Pina manifestou a sua satisfação pela chegada em segurança deste primeiro grupo de pessoas provenientes da Ucrânia, mas realçou que este apoio é "apenas uma gota de água" perante a emergência que afeta o povo ucraniano.
"É apenas uma gota de água naquilo que são as necessidades, mas é a gota de água com que o município e os cidadãos de Olhão contribuem", enalteceu.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.