Autoridades ucranianas começaram a retirar população civil de Irpin
Cidade a noroeste de Kiev tem quase 43.000 habitantes.
A Ucrânia começou a retirar a população de Irpin, na região de Kiev, onde cerca de 3.000 civis já receberam assistência, informaram hoje os serviços de emergência do país.
"A retirada da população de Irpin está em marcha. Quase 3.000 civis receberam assistência. O trabalho está em marcha", lê-se na mensagem dos serviços de emergência ucraniano divulgada na rede social Telegram.
Esta retirada de Irpin, uma cidade a noroeste de Kiev com quase 43.000 habitantes, ocorre após dias de intensos ataques russos e após vários obstáculos para retirar a população da cidade devido à ofensiva russa.
A população deixou a cidade através de uma ponte destruída.
No domingo, uma família de quatro pessoas foi morta durante o processo de retirada quando as forças russas dispararam contra civis, segundo o autarca Oleksandr Markushin, acrescentando que pelo menos oito pessoas morreram.
O autarca negou que Irpin esteja totalmente ocupada pelos russos e esclareceu que há combates na cidade. Markushin declarou que uma parte de Irpin foi tomada pelos russos, mas na outra parte as forças ucranianas "estão a lutar e não entregaram posições".
Apesar dos ataques, a polícia e o exército conseguiram retirar 200 civis da zona de combate, incluindo 50 crianças e um ferido, segundo o Ministério do Interior ucraniano.
Na segunda-feira outros 200 civis conseguiram deixar a área, segundo o Centro de Comunicações Estratégicas e Proteção de Informações.
O autarca de Irpin também declarou hoje no Telegram que recebeu uma mensagem do inimigo a exigir que entregasse a sua cidade.
"Faço uma contra-oferta pública aos ocupantes para deixarem a comunidade de Irpin dentro de 24 horas e salvar a vida e a saúde de milhares de recrutas russos que são esperados em casa pelas suas mães, irmãs, filhas, avós e amantes", escreveu Oleksandr Markushin.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
O ataque ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, visa a "desmilitarização e a desnazificação" da Ucrânia, o que significa o derrube do regime pró-ocidental de Kiev.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.