Rússia recruta combatentes sírios para reforçar forças de combate
A Rússia está a recrutar combatentes sírios para "aumentar as suas forças na Ucrânia", referiu hoje o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby.
Os relatos de que os russos estão à procura de combatentes sírios para se juntarem às forças da Rússia na Ucrânia foram assim confirmadas pelo porta-voz do Pentágono.
John Kirby ressalvou que, embora os EUA não tenham muitos detalhes a este respeito, não estão em condições de "refutar" esses relatos.
O Wall Street Journal tinha divulgado este fim de semana que a Rússia está a recrutar combatentes sírios especializados em combates urbanos para lutar na Ucrânia, já que a invasão se aproxima de uma fase em que haverá batalhas nas cidades.
Relatórios dos EUA indicam que a Rússia, que opera dentro da Síria desde 2015, recrutou nos últimos dias combatentes sírios na esperança de que a sua experiência em combates urbanos possa ajudar a tomar Kiev.
"O número de combatentes recrutados é desconhecido, mas alguns deles já estão na Rússia a preparar-se para entrar no conflito", segundo o jornal.
Os especialistas consultados pelo jornal recusaram-se a dar mais detalhes sobre o deslocamento de combatentes sírios na Ucrânia.
De acordo com uma publicação com sede na cidade síria de Deir Ezzor, a Rússia ofereceu aos voluntários entre 200 a 300 dólares (entre cerca de 180 a 270 euros) "para ir para a Ucrânia operar como guardas armados" durante seis meses e também confirmou que há combatentes chechenos no terreno.
"Com a chegada de voluntários de outros países à Ucrânia, o conflito pode tornar-se um novo foco para combatentes estrangeiros", disse Jennifer Cafarella, do Instituto para o Estudo da Guerra em Washington.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.