Emanuel torna-se no primeiro recluso da Madeira a concluir um mestrado
"A educação é um importante instrumento regenerador", declarou o recluso
Emanuel P. apresentou hoje a dissertação de mestrado: ‘Processos de Educação, Formação e Valorização pessoal em contexto prisional’, concluída com aproveitamento de 18 valores.
A formação e a educação adquiridas em contexto prisional não apagam os crimes perpetrados pelos reclusos, sejam eles de que natureza forem, mas constituem uma parte fundamental do processo de reabilitação e posterior reinserção na sociedade. Esta tem sido uma das máximas da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Tal como o DIÁRIO avançou, na edição impressa deste domingo, Emanuel P. apresentou esta manhã, na Universidade da Madeira, uma dissertação subordinada ao tema: ‘Processos de Educação, Formação e Valorização pessoal em contexto prisional’, concluída com sucesso, e tornou-se no primeiro recluso do Estabelecimento Prisional do Funchal a concluir um mestrado. Correntemente cumpre uma pena de 25 anos e 10 meses, 10 dos quais já estão cumpridos.
"A educação é um importante instrumento regenerador", disse Emanuel P., aos presentes, sublinhando que "a instituição prisional não trabalha só".
O Estabelecimento Prisional do Funchal tem, à data, 302 reclusos, sendo que uma grande parte destes frequentam vários níveis de ensino.
O Ministério da Justiça, através da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, e em articulação com o Ministério de Educação e instituições de ensino, entre as quais a Universidade da Madeira, tem procurado dotar a população reclusa de competências que possam facilitar a reinserção social, mas ao mesmo tempo prevenir a reincidência.
Na Região, há entre o EP do Funchal e a Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia uma grande parceria, não apenas para a implementação do ensino, mas na criação de parcerias com outras instituições, autarquias ou associações.